Foi Mary Anning que descobriu o primeiro fóssil de ictiossauro. Ela descobriu, por volta dos 12 anos, na costa de Dorset, incrustado em um íngreme penhasco, o primeiro fóssil de ictiossauro conhecido, que media cinco metros de comprimento.
Mary Anning ainda descobriu muitos outros répteis marinhos antigos, hoje em exposição no Museu de História Natural de Londres, como o plesiossauro, e um dos primeiros fósseis de pterodáctilo.
Anning passou boa parte da vida recolhendo fosseis na praia e vendendo-os para os visitantes, e por isso pode ser a inspiração para a lengalenga inglesa "she sells seashells on the seashore" - Ela vende conchas à beira-mar.
Curiosamente, Mary Anning, que nunca descobriu nenhum dinossáurio, foi uma coletora, negociante e paleontóloga britânica que se tornou conhecida em todo o mundo pelo número de importantes achados que ele fez nas rochas de fósseis marinhos de idade jurássica na cidade de Lyme Regis, no condado de Dorset, onde ela viveu. O trabalho dela contribuiu para mudanças fundamentais no pensamento científico sobre a vida pré-histórica e sobre a história da Terra que ocorreram no início do século dezanove.
Anning procurava fósseis na área dos penhascos de Blue Lies, particularmente durante os meses de inverno, quando deslizamentos expunham novos fósseis que tinham de ser recolhidos rapidamente, antes que eles caíssem para o mar. Era um trabalho perigoso, e ela quase perdeu sua vida em 1833 durante um deslizamento que matou Tray, o seu cão. As descobertas dela incluíram o primeiro esqueleto de ictiossauro a ser corretamente identificado, que ela e o irmão dela encontraram quando ela tinha apenas 12 anos de idade; os dois primeiros esqueletos de plesiossauros já encontrados; o primeiro esqueleto de pterosauro localizado fora da Alemanha; e alguns importantes fósseis de peixes. As observações dela tiveram um papel chave nas descobertas de que fósseis de belemnites continham sacos de tinta fossilizados, e que coprólitos, conhecidos como pedras de bezoar na época, eram excrementos fossilizadas. Quando o geólogo Henry De La Beche pintou Duria Antiquior, a primeira representação largamente divulgada de uma cena da vida pré-histórica derivada de reconstruções fósseis, ele baseou-se em grande parte nos fósseis que Anning tinha encontrado, e vendeu impressões da ilustração em benefício dela.
O género e a classe social da Anning impediram-na completamente de participar da comunidade científica da Grã-Bretanha do século dezanove - dominada como ela era por senhores anglicanos ricos. Ela lutou financeiramente por grande parte de sua vida. A família dela era pobre, e como dissidentes religiosos (eram membros da Igreja Congregacional) estavam sujeitos a discriminação legal. O pai dela, um marceneiro, morreu quando ela tinha onze anos. Ela tornou-se bem conhecida nos círculos geológicos na Grã-Bretanha, Europa e América, e foi consultada sobre assuntos de anatomia, bem como sobre recolher e colecionar fósseis. Entretanto, como uma mulher ela não era elegível para se juntar à Geological Society of London, e ela nem sempre recebia o crédito completo por suas contribuições científicas. Na verdade ela escreveu em uma carta: "O mundo usou-me tão maldosamente, que eu temo que ele fez-me suspeita de todos." O único escrito científico dela publicado em toda a sua vida apareceu na Magazine of Natural History em 1839, um trecho de uma carta na qual Anning tinha escrevido para o editor da revista questionando uma de suas reivindicações. Depois de sua morte, a história de vida pouco comum dela atraiu interesse crescente. Charles Dickens escreveu sobre ela, em 1865, dizendo: "a filha do carpinteiro conquistou um nome por ela mesma, e mereceu conquistá-lo." Em 2010 a Royal Society incluiu Anning em uma lista das dez mulheres britânicas que mais influenciaram a história da ciência.
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