Alexander Nikolayevich Scriabin foi um compositor e pianista russo (Moscovo, 6 de janeiro de 1872 - Moscovo, 27 de abril de 1915). As suas principais influências foram Chopin e Richard Wagner.
De
acordo com o calendário juliano, Scriabin nasceu no dia de Natal de
1871 de uma família aristocrática. Quanto tinha apenas um ano, a sua
mãe, pianista de concerto, morreu vítima de tuberculose. Scriabin é entregue aos cuidados da avó e da tia, depois do pai partir para a Turquia. Desde cedo começa os seus estudos musicais com Nikolay Zverev, na altura mestre de Sergei Rachmaninoff e de outros talentos.
Scriabin
ingressa posteriormente no Conservatório de Moscovo, estudando com
Anton Arensky, Sergei Taneyev e Vasily Ilyich Safonov, demonstrando na
altura um assinalável talento como pianista. É, porém, nesta altura que
Scriabin lesiona gravemente a sua mão direita ao sentir-se desafiado
por Josef Lhevinne, colega de conservatório que posteriormente se
tornará um grande pianista. É neste momento que Scriabin compõe a sua
primeira grande obra, a sonata em Fá menor, num acto que definiu como
«um grito a Deus e ao Destino».
Foi
casado com Vera Ivanova Isakovich, embora tenha preferido a companhia
de Tatiana Fyodorovna, com quem teve um filho que acabou por morrer aos
11 anos, também ele um prodígio e notavelmente talentoso em várias
artes.
Scriabin interessava-se pelos trabalhos de Nietzsche e pela teosofia, claras influências no seu pensamento musical, revelando-se um especial admirador de filósofos como Delville e Hélène Blavatsky.
Scriabin foi grande amigo do conde Lisounenko, quem o introduziu no mundo do misticismo. De onde surgiram as ideias de cores, luzes e do átomo que abalaria a Terra, talvez uma premonição da Bomba-Atómica, segundo estudiosos.
Algum tempo antes de morrer planeou um mega-projecto a que chamou “Misteria”, um trabalho multimédia a ser apresentado nos Himalaias que desencadearia o Armagedão, uma «grandiosa síntese religiosa de todas as artes que faria nascer um novo mundo».
A
escrita de Scriabin terá as suas primeiras influências na música do
romantismo tardio, especialmente no estilo de Chopin, sonoridade a que a
sua primeira fase de composições se assemelha bastante. As formas que
usa, aliás, são as mesmas: encontramos nocturnos, prelúdios, estudos e mazurkas. Posteriormente inspirado pelos impressionistas, pelo cromatismo de Liszt e Wagner,
Scriabin foi personalizando e evoluindo o seu vocabulário musical,
evolução que podemos seguir através das suas dez sonatas, das quais as
últimas cinco dispensam já as armações de clave e revelam passagens
claramente atonais. A harmonia convencional é substituída por sistemas
de acordes construídos sobre intervalos invulgares (preferencialmente
quartas) e a articulação é dissolvida, tomando muitas vezes uma forma de
som em massa, em que os vários acontecimentos se cruzam e atropelam.
As suas composições mais célebres são duas obras orquestrais, o Poema do Êxtase (1908) e Prometeu
(1910), peças em que pretendia suscitar no público uma espécie de
êxtase místico, fortalecendo a interpretação com efeitos de iluminação
nas salas de concertos. Em algumas obras, como Prometeu: Poema do Fogo (1913), utiliza jogos de cores, fazendo experiências com a sinestesia na relação de música e cores. Outros exemplos são o Poème divin (1905), Vers la flamme e o Poema do Êxtase (1908).
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