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segunda-feira, janeiro 20, 2025

Novidades sobre Paleontologia portuguesa...!

Investigadores descobrem fóssil de planta com 310 milhões de anos em Gondomar

 

A descoberta permitiu saber “como estas plantas primitivas evoluíram e se reproduziram durante o período Carbonífero, no final da era Paleozóica” (entre há cerca de 538,8 e 252 milhões de anos).


O local onde o fóssil de uma nova espécie de planta com 310 milhões de anos foi encontrado, em Fânzeres, Gondomar



Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da Universidade da Madeira descobriram um fóssil de uma nova espécie de planta com 310 milhões de anos, em Fânzeres, Gondomar, no distrito do Porto.

A investigação, liderada pelo investigador do Centro de Geociências da FCTUC Pedro Correia, em colaboração com o paleobotânico da Universidade da Madeira Carlos Góis-Marques, descobriu uma nova espécie de uma gimnospérmica primitiva, com 310 milhões de anos, nas formações geológicas de Fânzeres.

O fóssil, denominado Palaeopteridium andrenelii, corresponde a uma nova espécie da extinta ordem Noeggerathiales, um grupo primitivo de plantas vasculares denominadas de progimnospérmicas da divisão Progymnospermophyta, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

De acordo com Pedro Correia, a descoberta permitiu saber "como estas plantas primitivas evoluíram e se reproduziram durante o período Carbonífero, no final da era Paleozóica" (entre há cerca de 538,8 e 252 milhões de anos).

https://imagens.publico.pt/imagens.aspx/1971436?tp=UH&db=IMAGENS&type=JPG

Palaeopteridium andrenelii


"É um grupo de plantas ainda pouco compreendido e mal representado no registo fóssil da Península Ibérica, do qual são conhecidas apenas dez espécies noeggerathialeanas, número que pode ser reduzido para quase metade se tivermos em conta algumas considerações taxonómicas", explicou.

Palaeopteridium andrenelii é o segundo representante de Noeggerathiales descoberto no Carbonífero português, depois de o geólogo Carlos Teixeira ter descrito a noeggerathialeana Rhacopteris gomesiana, na década de 1940, na Bacia Carbonífera do Douro.

As Noeggerathiales eram, até há pouco tempo, consideradas um grupo de plantas com uma classificação taxonómica incerta que existiu nos períodos Carbonífero e Pérmico, há cerca de 359 a 252 milhões de anos.

Descobertas recentes permitiram classificar este grupo primitivo como progimnospérmicas heterosporosas, um grupo-irmão das pteridospérmicas – plantas produtoras de sementes que coexistiram com as Noeggerathiales.

Apesar da descoberta recente de espécimes completos encontrados nas formações do Pérmico da China, o grupo ainda permanece altamente artificial, uma vez que os seus órgãos reprodutores raramente são preservados em conexão orgânica com as partes frondosas da planta-mãe.

A nova espécie de progimnospérmica apresenta macroesporângios (estruturas reprodutoras) em associação, um dos quais ainda preserva um gametófito multicelular.

"Esta descoberta sugere que as Noeggerathiales possivelmente eram mais diversas do que pensávamos e a sua associação paleontológica a megaesporângios traz um novo conhecimento sobre a evolução destas plantas tão enigmáticas, bem como da sua paleoecologia", evidenciou o paleontólogo.

Carlos Góis-Marques afirmou tratar-se de "um achado singular", já que "fósseis de plantas pertencentes às extintas Noeggerathiales são raros na Europa e América, sobretudo devido aos seus requisitos ecológicos distintos".

"Esta nova espécie reforça o que já se conhecia: o registo paleobotânico do Carbonífero português apresenta um alto grau de endemismo de relevância internacional", concluiu o co-autor do artigo científico.



in Público

quarta-feira, julho 26, 2023

Descobertas paleontológicas de investigadores da UC em destaque...!

Descoberto no Buçaco fóssil de planta primitiva - do tempo em que Portugal era um país tropical

   

Fóssil da nova espécie Florinanthus bussacensis corresponde a um cone (estróbilo) masculino de uma gimnospérmica da já extinta ordem das Cordaitales

 

Investigadores da Universidade de Coimbra descobriram o fóssil de uma nova espécie de planta, com 300 milhões de anos, nas formações geológicas da Serra do Buçaco.

Uma equipa de investigadores do Centro de Geociências do Departamento das Ciências da Terra da Universidade de Coimbra descobriu uma nova espécie de um fóssil de planta com 300 milhões de anos.

O fóssil descoberto corresponde ao estróbilo masculino de uma planta arborescente que existiu na região do Buçaco há cerca de 300 milhões de anos.

A espécie agora descoberta recebeu o nome de Florinanthus bussacensis.

A descoberta, apresentada num estudo científico publicado na edição de setembro da Review of Palaeobotany and Palynology, permite saber como estas plantas extintas se reproduziam e qual a sua diversidade morfológica e taxonómica no final do Período Carbónico.

“O fóssil é de uma conífera primitiva e extinta que existiu na região de Algeriz quando Portugal era um país tropical, durante a formação do supercontinente Pangeia, muito antes da existência dos dinossauros“, explicou ao ZAP o paleontólogo Pedro Correia, corresponding author do estudo e líder da equipa de investigadores.

Atualmente extintas, as Cordaitales são as primeiras gimnospérmicas com cones ou estróbilos (estruturas reprodutoras). Apareceram no final do Paleozoico e durante os períodos Carbónico e Pérmico cobriam grandes áreas da superfície da Terra.


Detalhes da morfologia e anatomia dos sacos de pólen da nova espécie Florinanthus bussacensis

 

As Cordaitales são amplamente reconhecidas como árvores de grande porte que podiam atingir até 40 metros de altura, com copas densamente ramificadas.

As suas folhas estavam dispostas em hélice, tinham forma de alça ou língua, e os órgãos reprodutores são considerados cones compostos contendo pólen monossacado ou óvulos platispérmicos. Estruturas reprodutoras como estróbilos de Cordaitales são raras no registo fóssil.

A descoberta deste novo fóssil fornece uma maior visão sobre a variabilidade das características morfológicas e ontogenéticas destas plantas primitivas. Devido à difícil preservação e reconhecimento destas estruturas reprodutoras, a diversidade deste grupo de plantas é ainda pouco conhecida.

As floras do Carbónico do Buçaco estavam adaptadas a climas secos e habitaram ambientes intramontanhosos, nos quais sistemas fluviais funcionaram como mecanismos de transporte de muitos restos vegetais e de sedimentos erodidos de rochas circundantes.

“A maior dificuldade em trabalhar com fósseis vegetais é conectar as diferentes partes fossilizadas destas plantas e estabelecer uma relação de parentesco“, esclarece Pedro Correia.

“A maioria dos restos destas floras preservados no registo fóssil corresponde a folhas, caules, raízes e sementes”, acrescenta o investigador, especialista em paleobotânica do Centro de Geociências e Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra.

Além de Pedro Correia, fazem parte da equipa responsável pela descoberta a paleontóloga portuguesa Sofia Pereira, também investigadora do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, e os investigadores Zbynĕk Šimůnek, da República Checa, e Christopher Cleal, do Reino Unido.

No ano passado, os dois investigadores portugueses tinham já descoberto o primeiro fóssil de uma barata primitiva nas formações carbónicas da região.

 

in ZAP 


NOTA - os nossos parabéns aos investigadores do Centro de Geociências do DCT da Universidade de Coimbra envolvidos nesta descoberta, Pedro Correia e Sofia Pereira: