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quinta-feira, dezembro 11, 2014

Hector Berlioz nasceu há 211 anos

Desenho a lápis de Berlioz, por Alphonse Legros, circa 1860

Louis Hector Berlioz (La Côte-Saint-André, 11 de dezembro de 1803 - Paris, 8 de março de 1869) foi um compositor do romantismo francês, conhecido por sua Sinfonia Fantástica (1830) e pela Missa de Requiem (1837).
   
Biografia
Berlioz nasceu a 11 de dezembro de 1803, em La Côte-Saint-André, entre Grenoble e Lyon, na França. Hector foi educado em casa com a ajuda de seu pai e cresceu com os ensinamentos baseados em Rousseu. O seu pai era médico e o jovem Hector foi enviado para Paris, para estudar medicina, como o pai. Berlioz, insatisfeito com a escola de medicina, desistiu do curso para estudar música, contra a vontade de seu pai. O jovem foi para o conservatório de Paris estudar composição.
Desde cedo, o compositor identificou-se com o movimento romântico francês. Entre outros, eram amigos dele os escritores Alexandre Dumas, Victor Hugo e Honoré de Balzac. Posteriormente, Théophile Gautier escreveria: "Hector Berlioz parece formar, juntamente com Victor Hugo e Delacroix, a Trindade da Arte Romântica".
O seu amor não correspondido pela atriz Henrietta Constance Smithson serviu de inspiração para a composição da Sinfonia Fantástica. No mesmo ano da première dessa obra (1830), Berlioz ganhou o Prix de Rome. Ao voltar a Paris, após dois anos de estudo em Roma, finalmente casou-se com Smithson, quando esta finalmente foi a uma apresentação da Sinfonia Fantástica. Entretanto, após poucos anos, o relacionamento acabou.
Um noivado com Marie Moke, ocorrido na época em que Smithson rejeitou Berlioz, foi rompido quando a mãe de Marie resolveu casá-la com o pianista e fabricante de pianos Camille Pleyel.
Durante a sua vida, Berlioz foi mais famoso como maestro do que como compositor, ele regularmente viajava para a Alemanha e Inglaterra, para dirigir óperas e música sinfónica, tanto obras suas quanto de outros compositores.
Hector Berlioz faleceu em 8 de março de 1869 e está sepultado no Cemitério de Montmartre, com as suas duas esposas, Henrietta Constance Smithson (falecida em 1854) e Marie Recio (falecida em 1862).
Influências
Embora negligenciada na França durante grande parte do século XIX, a música de Berlioz tem sido considerada muito influente no desenvolvimento da forma sinfônica, instrumentação, e da representação na música das ideias programáticas e literárias, características centrais do romantismo musical. Berlioz não só influenciou Wagner com sua orquestração e quebra de formas convencionais, como também no seu uso da ideia fixa na Sinfonia Fantástica, que antecipa o leitmotiv. Liszt chegou a ver Berlioz não só como compositor para apoiar, mas também para aprender, considerando Berlioz um aliado em seu objetivo de "uma renovação da música através da sua união mais estreita com a poesia".
Durante o centenário de seu nascimento, em 1903, ao receber atenção de todos os principais livros de referência musical, ele ainda não era amplamente aceito como um dos grandes compositores. Algumas de suas músicas ainda eram pouco conhecidas, e ele tinha menos seguidores do que outros compositores, principalmente alemães. Meio século depois, a situação não se havia alterado muito. Apenas na década de 1960, começaram a ser feitas as perguntas certas sobre o seu trabalho, para que pudesse ser visto sob uma luz mais equilibrada e ampla. Um dos eventos centrais neste novo interesse no compositor foi uma performance de Les Troyens por Rafael Kubelik, em 1957, na Royal Opera House - Covent Garden. A música de Berlioz teve um renascimento durante os anos 1960 e 1970, devido em grande parte aos esforços de maestro francês Charles Munch e do maestro britânico Sir Colin Davis, que gravou toda a sua oeuvre, trazendo à tona uma série de obras de Berlioz menos conhecidas. Um exemplo incomum do aumento da fama de Berlioz na década de 60 foi uma explosão de cartas, autógrafos e manuscritos falsos, evidentemente criados para atender a um interesse muito maior no compositor. A gravação de Davis de Les Troyens foi a primeira gravação quase completa de sua obra. A obra, que Berlioz nunca viu encenada em sua totalidade durante a sua vida, é agora uma parte do repertório internacional. Les Troyens foi a primeira ópera executada na recém-construída Opéra Bastille em Paris em 17 de março de 1990, numa produção que afirmou ser completa, mas sem os ballets.
Em 2003, no bicentenário do nascimento de Berlioz, as suas conquistas e status são muito mais amplamente reconhecidos, e sua música é vista como séria e original, ao invés de uma novidade excêntrica. Artigos de jornais relataram sua vida colorida com zelo, uma grande quantidade de festivais dedicados ao compositor foram realizados, leituras de seus livros e uma biografia dramatizada de uma hora na televisão francesa ajudaram a criar uma grande exposição da vida e da música do compositor - muito mais do que no primeiro centenário. Numerosos projetos de gravação foram iniciados ou reeditados e aumentaram as transmissões das sua música.
   
Influências
Berlioz era um amante da literatura, e muitas de suas melhores composições são influenciadas por obras literárias. Para compor a Danação de Fausto, Berlioz baseou-se no Fausto, de Goethe; para Haroldo na Itália, baseou-se no Childe Harold, de Lord Byron e, para Benvenuto Cellini, na autobiografia de Cellini. Para a criação de Romeo et Juliette, a base foi a obra, do mesmo nome, de Shakespeare. Para compor sua grande obra, Les Troyens, foi influenciado pela leitura da Eneida, de Virgílio. Para compor a sua última ópera, Béatrice et Bénédict, Berlioz preparou um libretto vagamente baseado na peça de Shakespeare, Much Ado About Nothing.
Além de influenciado por obras literárias, Berlioz também admirava a obra de Beethoven (na época, desconhecido na França). A apresentação da Sinfonia Eróica em Paris causou profundas influências na obra de Berlioz. Além de Beethoven, o compositor também admirava Gluck, Weber e Spontini.
  
in Wikipédia