Cook cartografou muitas áreas e registrou várias ilhas e zonas costeiras nos mapas europeus pela primeira vez. Os seus resultados podem ser atribuídos a uma combinação de
navegação, superior levantamento cartográfico e competências, a coragem em explorar locais perigosos para confirmar os factos (por exemplo, a entrada no
Círculo Polar Antártico repetidamente e explorar ao redor da
Grande Barreira de Coral), uma capacidade de conduzir os homens em condições adversas, e ousadia, tanto em relação à medida da sua exploração e sua vontade de ultrapassar as instruções recebidas pelo Almirantado.
No seu livro "
Colapso" (
2005), o biólogo e biogeógrafo Jared Diamond, dos Estados Unidos, cita um registo feito por Cook, em que o capitão descreve uma breve visita à ilha de Páscoa, em 1744. "Pequenos, magros, tímidos e miseráveis", foi como Cook descreveu os insulares, que já enfrentavam um forte problema ambiental.
Cook morreu na
baía havaiana de Kealakekua, em
1779, numa luta com os nativos durante a sua terceira viagem exploratória na região do Pacífico. A casa de Cook na Inglaterra é hoje um
memorial e Cook é considerado o
pai da Oceania.
Primeiros anos
James Cook nasceu na vila de
Marton, no
Yorkshire, hoje um subúrbio da cidade de
Middlesbrough, e foi baptizado na igreja local de St. Cuthbert's, em cujo registo pode ainda hoje ver-se o seu nome. Cook foi o segundo dos oito filhos de James
Cook, um
trabalhador de
fazenda escocês, e sua esposa natural do local Grace Pace de
Thornaby-on-Tees. Em 1736, a sua família mudou para a fazenda
Airey Holme, em
Great Ayton, onde o patrão do seu pai, Thomas Skottowe pagou para ele frequentar a escola local (agora um museu). Em 1741, após 5 anos de escolaridade, ele começou a trabalhar para o seu pai, que havia sido promovido a gerente de fazenda. Como lazer gostava de subir a uma colina,
Roseberry Topping, aproveitando a oportunidade para meditar, em solidão.
Cook's Cottage, a última casa de seus pais, que parece que ele visitou, está agora em
Melbourne, tendo sido transferida a partir da Inglaterra e reagrupados, tijolo a tijolo, em 1934.
Em 1745, aos 16 anos, Cook mudou-se cerca de 32 km, para a aldeia piscatória de
Staithes, para ser aprendiz de vendedor numa mercearia propriedade de William Sanderson. Historiadores têm especulado que foi ali onde Cook sentiu a primeira atração pelo
mar, enquanto olhava para fora da vitrine.
Após 18 meses, não tendo sido aprovado para o trabalho de loja, Cook viajou para a vizinha cidade portuária de
Whitby para ser apresentado a uns amigos de Sanderson, Henry e John Walker. Os Walkers eram proeminentes armadores locais e
Quakers, e estavam no comércio de carvão. Cook foi aprendiz na sua pequena frota de navios que operavam no transporte de carvão ao longo da costa inglesa. A sua primeira missão foi a bordo do
cargueiro Freelove, e ele passou vários anos nesta rota de
cabotagem, bem como em várias outras entre o
rio Tyne e
Londres.
Após os três anos de aprendizagem, Cook começou a trabalhar no comércio naval no
Mar Báltico. Ele rapidamente progrediu de posição na marinha mercante, começando com a sua promoção em 1752 a
Mate (funcionário encarregado de navegação) a bordo do
cargueiroAmizade. Em 1755, após um mês, ao ser-lhe oferecido o comando deste navio, voluntaria-se para a
marinha e é recrutado para a que viria a ser a
Guerra dos Sete Anos. Apesar da necessidade de reiniciar no início da hierarquia naval, Cook iria avançar mais rapidamente na sua carreira de serviço militar, depois de entrar na Marinha em Wapping, a 7 de junho de 1755.
Viagens e expedições
Em
1768, no navio
HMS Endeavour, Cook foi o comandante escolhido para levar os membros da
Royal Society ao
Taiti, para observar o
trânsito de Vénus, na primeira expedição científica no Pacífico. O
astrónomo encarregado da observação do evento,
Charles Green, faleceu durante a viagem, quando o navio passava por
Batávia (antigo nome de
Jacarta, capital da
Indonésia). Cook esteve, em novembro de
1768, no
Rio de Janeiro, mas os tripulantes não receberam permissão para aportar, ficando reclusos nas embarcações e sob vigia das autoridades portuguesas. O famoso naturalista
Joseph Banks, que participava da expedição, teve momentos fortuitos e conseguiu recolher 320 espécies vegetais nos arredores da cidade, segundo o livro de
John Hawkesworth, "
An account of the voyages undertaken by the order of his Present Majesty for Making Discoveries", Londres 1773. As autoridades locais negavam a permanência de estrangeiros na colónia e o francês
Louis Antoine de Bougainville enfrentou obstáculos semelhantes quando visitou o Rio de Janeiro.
Excertos do mapa de rotas de viagens de James Cook
O Resolution e a circum-navegação
Após o sucesso da expedição científica, Cook prosseguiu com objectivos de exploração. Durante a viagem, descobre um
arquipélago, que batiza de Ilhas Sociedade, na
Polinésia Francesa, e mapeia toda a
Nova Zelândia. No regresso, descobre a costa ocidental da
Austrália.
Em
1772, Cook parte para nova circum-navegação, ao comando das naus
Resolution e
Adventure. Durante esta viagem chega à mais baixa
latitude ao sul alcançada até então (70°10''S), cruzando pela primeira vez o
Círculo Polar Antártico. Esta viagem resultou na descoberta das
Ilhas Cook.
Em
1776, com os navios
Resolution e
Discovery, Cook parte para a missão que seria a sua última e descobre o arquipélago do Havaí, que chama de Sandwich. Costeia a
América e atravessa o
estreito de Bering, chegando ao
Ártico. No regresso ao Havaí, é morto pelos nativos, ao voltar a Kealakekua para consertar o mastro do
Resolution.
Cook ficou conhecido pela preocupação com a
saúde e a alimentação das suas tripulações. Na sua primeira viagem, nenhum membro da tripulação morre de
escorbuto, doença causada pela falta de
ácido ascórbico (vitamina C) no organismo e responsável pela morte de muitos marinheiros até o
século XVIII.
| A ambição me leva a ir não só mais longe do que qualquer outro homem antes de mim já foi, mas até tão longe quanto creio ser possível a um homem ir. |
- Diário de James Cook
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Cook sendo apunhalado na baía de Makahiki