Bandeira da Exposição
Situada entre a margem direita do
rio Tejo e o
Mosteiro dos Jerónimos,
ocupava cerca de 560 mil metros quadrados. Centrada no grande
quadrilátero da Praça do Império, esta era definida lateralmente por
dois grandes pavilhões, longitudinais e perpendiculares ao Mosteiro: o
Pavilhão de Honra e de Lisboa (de
Luís Cristino da Silva), e do outro lado, o Pavilhão dos Portugueses no Mundo (do próprio Cottinelli Telmo).
Perto do rio, atravessando-se a linha férrea através de uma passarela
monumental de colossais cruzados (a Porta da Fundação), encontrava-se a
Secção Histórica, (Pavilhão da Formação e Conquista, da
Independência, Pavilhão dos
Descobrimentos
e a Esfera dos Descobrimentos). Do outro lado, situava-se o Pavilhão
da Fundação, o Pavilhão do Brasil – país convidado para tal efeito - e o
Pavilhão da Colonização. Atravessando o Bairro Comercial e Industrial,
chega-se perto do
Mosteiro dos Jerónimos,
à entrada da Secção Colonial. No canto precisamente oposto, um Parque
de Atrações fazia a delícia dos mais novos. Descendo em direção ao
rio, e para além do Pavilhão dos
Portugueses no Mundo, a Secção de
Etnografia Metropolitana, com o seu Centro Regional, contendo representações das Aldeias Portuguesas e os
Pavilhões de Arte Popular. Por trás deste último pavilhão, encontrava-se o Jardim dos Poetas e o Parque Infantil. À frente do
Tejo, com as suas docas, um Espelho de Água com um restaurante abria o caminho para o
Padrão dos Descobrimentos e para a Nau Portugal.
De todas estas obras, algumas se destacaram e perduram na memória da
atualidade. O Pavilhão da Honra e de Lisboa recebeu as melhores
opiniões da crítica. Com 150 metros de comprimento por 19 de altura, e
com a sua torre de 50 metros, este pavilhão demonstrava perfeitamente o
ideal arquitetónico que o Estado Novo tentava impor, tal como os
outros regimes totalitários impunham na Europa. Do Pavilhão dos
Portugueses no Mundo, com um risco “simples”, destacava-se sobretudo a
possante estátua da Soberania, esculpida por
Leopoldo de Almeida
– a imagem de uma severa mulher couraçada, segurando a esfera armilar e
apoiada num litor legendado com as partes do Mundo, em caracteres
góticos.
O Padrão dos Descobrimentos, vindo dos esforços de Cottinelli e de
Leopoldo de Almeida, mostrava a verdadeira importância dos
descobrimentos na História portuguesa. Constituído por diversas figuras
históricas, o Infante D. Henrique destacava-se na sua proa, como
timoneiro de todo o projeto expansionista português. De facto, o padrão
original, construído em estafe sobre um esqueleto de madeira, teve um
triste fim. É de notar que a figura ficou tão presente no imaginário
nacional, que o monumento foi reconstruido em 1965, mas desta vez em
pedra, e ainda hoje se mantém nas margens do Tejo.