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segunda-feira, março 18, 2024

Um deslizamento em Caraguatatuba, no estado de São Paulo, matou centenas de pessoas há 57 anos...


As enchentes e deslizamentos de terra em Caraguatatuba, estado de São Paulo, em março de 1967, coletivamente denominadas Hecatombe, ocasionaram 436 mortes, número oficial.

O desastre é considerado um dos maiores do país e foi uma das razões da criação da Defesa Civil do Estado de São Paulo.

Segundo os jornais, chovia intensamente desde o dia 16 de março, com a chuva se intensificando à noite. De acordo com o posto da Fazenda dos Ingleses, o índice pluviométrico foi de 851 mm, 420 mm somente no dia 18, não tendo sido registado índice maior devido à saturação do pluviómetro. Na manhã do dia 18 começaram os deslizamentos, a maior parte deles ocorrendo à tarde.

Às 13.00 horas ocorreu uma avalanche de pedras, árvores e lama dos morros Cruzeiro, Jaraguá e Jaraguazinho, próximos da cidade.

Por volta das 15.30 horas toda a serra desabou, e a cidade ficou isolada. A Rodovia dos Tamoios ficou destruída e vários carros ficaram presos no trecho de serra. O acesso para Ubatuba e São Sebastião, cidades vizinhas, ficou interditado, e a ajuda só pôde chegar por mar e ar. O Rio Santo Antônio aumentou sua largura de 40 para 200 metros. A lama desceu junto com o Rio.

Às 16.30 outra frente abriu-se no Vale do rio Santo Antônio. No bairro Rio do Ouro gigantescas barreiras começaram a cair pela manhã, formando uma enorme represa que se rompeu algumas horas mais tarde, desaparecendo com o bairro e provocando o deslocamento da ponte principal daquele rio. Caso não tivesse acontecido o rompimento, a cidade inteira teria sido inundada e coberta pelas águas.

Como resultado, a estrada da serra foi destruída em sua maior parte, não sendo possível reconhecer seu antigo traçado em muitos trechos, onde se formaram precipícios de mais de 100 metros de profundidade. A Estrada de Ubatuba sofreu queda de barreiras nos trechos de Maranduba, Jetuba, Sumaré, Prainha e Martim de Sá, que cobriram a pista com 80 centímetros de lama.

A contagem oficial foi de 436 mortes. Segundo moradores, entretanto, o número teria sido o dobro ou o triplo do oficial, com muitos corpos levados pelo mar ou nunca tendo sido encontrados sob a lama. Com a dimensão do desastre, tornou-se difícil determinar o número de desaparecidos, em função do desaparecimento simultâneo de quem poderia indicar desaparecimentos.

 

sábado, março 18, 2023

Há 56 anos um inacreditável deslizamento em Caraguatatuba, no estado de São Paulo, matou centenas de pessoas


As enchentes e deslizamentos de terra em Caraguatatuba, estado de São Paulo, em março de 1967, coletivamente denominadas Hecatombe, ocasionaram 436 mortes, número oficial.

O desastre é considerado um dos maiores do país e foi uma das razões da criação da Defesa Civil do Estado de São Paulo.

Segundo os jornais, chovia intensamente desde o dia 16 de março, com a chuva se intensificando à noite. De acordo com o posto da Fazenda dos Ingleses, o índice pluviométrico foi de 851 mm, 420 mm somente no dia 18, não tendo sido registado índice maior devido à saturação do pluviómetro. Na manhã do dia 18 começaram os deslizamentos, a maior parte deles ocorrendo à tarde.

Às 13.00 horas ocorreu uma avalanche de pedras, árvores e lama dos morros Cruzeiro, Jaraguá e Jaraguazinho, próximos da cidade.

Por volta das 15.30 horas toda a serra desabou, e a cidade ficou isolada. A Rodovia dos Tamoios ficou destruída e vários carros ficaram presos no trecho de serra. O acesso para Ubatuba e São Sebastião, cidades vizinhas, ficou interditado, e a ajuda só pôde chegar por mar e ar. O Rio Santo Antônio aumentou sua largura de 40 para 200 metros. A lama desceu junto com o Rio.

Às 16:30 outra frente abriu-se no Vale do rio Santo Antônio. No bairro Rio do Ouro gigantescas barreiras começaram a cair pela manhã, formando uma enorme represa que se rompeu algumas horas mais tarde, desaparecendo com o bairro e provocando o deslocamento da ponte principal daquele rio. Caso não tivesse acontecido o rompimento, a cidade inteira teria sido inundada e coberta pelas águas.

Como resultado, a estrada da serra foi destruída em sua maior parte, não sendo possível reconhecer seu antigo traçado em muitos trechos, onde se formaram precipícios de mais de 100 metros de profundidade. A Estrada de Ubatuba sofreu queda de barreiras nos trechos de Maranduba, Jetuba, Sumaré, Prainha e Martim de Sá, que cobriram a pista com 80 centímetros de lama.

A contagem oficial foi de 436 mortes. Segundo moradores, entretanto, o número teria sido o dobro ou o triplo do oficial, com muitos corpos levados pelo mar ou nunca tendo sido encontrados sob a lama. Com a dimensão do desastre, tornou-se difícil determinar o número de desaparecidos em função do desaparecimento simultâneo de quem poderia indicar desaparecimentos.