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Murillo Araujo (Serro, 26 de Outubro de 1894 - Rio de Janeiro, 1 de Agosto de 1980) foi um poeta brasileiro.
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Canção de Cristal
Onde a menina, a inocência
Que acendia a terra e os mares
O sorriso cuja essência
Enchia de azul os ares
Fugiam, se aparecia
As sombras e os noitibós
Era a manhã de alegria
Com rios claros na voz
Era o que ninguém mais ninguém era
Mudava toda penumbra
nesses jardins de quimera
Que o sol cantante deslumbra
Em sua presença havia
Rosas, orvalho, esplendor...
Era a manhã de alegria
Toda em pássaros de amor.
Auras leves, sons de sino, ouro
E lilás pelos vales
Tudo trouxe ao meu destino
Mudando em luz os meus males
Trouxe o milagre do dia
Para que estrela emigrou?
Era a manhã de alegria
Por que, mal veio a lua, acabou?
Libreto de Murilo Araujo, Música de Heitor Vila-Lobos - 1950