Stephen Jay Gould (Nova Iorque, 10 de setembro de 1941 - Nova Iorque, 20 de maio de 2002) foi um paleontólogo e biólogo evolucionista dos Estados Unidos. Foi também um autor importante no que diz respeito à história da ciência. É reconhecido como o mais lido e conhecido divulgador científico da sua geração.
Desde de 1973 Gould era o Curador da coleção de Paleontologia de Invertebrados do Museu de Zoologia Comparada de Harvard e membro adjunto do Departamento de História das Ciências em Harvard. Em 1983 tornou-se Professor de Zoologia da Cátedra Alexander Agassiz (também na Universidade de Harvard) e em 1996 Professor Convidado de Biologia da Cátedra Vicent Astor na Universidade de Nova York. Gould manteve todos estes cargos até 2002.
Em julho de 1982, Gould foi diagnosticado com mesotelioma peritoneal, um tipo letal de cancro que afeta o revestimento abdominal (o peritoneu). Esse cancro é frequentemente encontrado em pessoas que ingeriram ou inalaram fibras de amianto, um mineral que foi utilizado na construção do Museu de Zoologia Comparada de Harvard. Depois de uma recuperação difícil de dois anos, Gould publicou em 1985 uma coluna para a revista Discover, intitulada “The Median Isn't the Message”, discutindo sua reação ao ler que “o mesotelioma é incurável, com mortalidade mediana de apenas oito meses após a descoberta”. No seu ensaio, ele descreve o real significado desse fato e o alívio ao perceber que médias estatísticas são abstrações úteis, mas, sozinhas, não englobam “o nosso mundo real de variação, matizes e contínuos”.
Gould também foi um defensor do uso medicinal de canabis. Durante os seus tratamentos contra o cancro, fumou canabis para ajudar a aliviar os longos períodos de náusea intensa e incontrolável. De acordo com Gould, a droga teve um “efeito muito importante” na sua recuperação final. Posteriormente, ele questionou como “qualquer pessoa humana poderia negar tal substância benéfica a indivíduos em grande necessidade simplesmente porque outros a utilizam para propósitos diferentes”. Em 5 de agosto de 1998, o depoimento de Gould ajudou a obter êxito no processo movido pelo ativista portador de HIV Jim Wakeford contra o Governo do Canadá para ter o direito de cultivar, possuir e usar canabis para fins medicinais.
Doença final e morte
Em fevereiro de 2002, uma lesão de aproximadamente 3 centímetros foi encontrada na radiografia de tórax de Gould, e oncologistas diagnosticaram-no com cancro em estágio IV. Gould faleceu dez semanas depois, em 20 de maio de 2002, devido a um adenocarcinoma metastático de pulmão (uma forma agressiva de cancro que já se havia espalhado para o cérebro, fígado e baço). Esse cancro não estava relacionado ao enfrentado em 1982, embora também esteja associado à exposição ao amianto. Ele morreu na sua casa, “numa cama montada na biblioteca de seu loft no SoHo, rodeado pela sua esposa, Rhonda, por sua mãe, Eleanor, e pelos muitos livros que amava”.
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