A China inundou o mercado com painéis solares. Estão a ser usados como cercas de jardim
Os fabricantes chineses estão a provocar um excesso a nível mundial de painéis solares. Estes tornaram-se tão baratos, que algumas pessoas estão a usá-los como vedações para o seu jardim. E os norte-americanos estão preocupados…
Nos últimos anos, a produção de painéis solares por fabricantes chineses levou a um excedente significativo no mercado global, que levou a uma redução drástica dos preços.
Este fenómeno chegou a um ponto em que os painéis solares, predominantemente produzidos na China e que representam 80% da oferta mundial, estão a ser utilizados de formas não convencionais, como vedações de jardim na Alemanha e nos Países Baixos.
A nova moda tem uma explicação simples: os painéis tornaram-se “demasiado baratos” devido a excesso de oferta, explica o Financial Times.
Tradicionalmente destinados a ser usados nos telhados, para maximizar a exposição à luz solar, o excesso de painéis solares levou os proprietários de casas nestes países a instalá-los em cercas de jardim - uma solução que acaba também por contornar os elevados custos associados às instalações em telhados.
Esta utilização inovadora dos painéis solares está a ganhar força noutras regiões, incluindo o Reino Unido, a América do Norte e a Austrália. O The Sun conta o caso de um taxista britânico que diz estar a poupar “centenas de libras na conta da eletricidade” desde que “renovou” a sua cerca.
A Agência Internacional de Energia prevê que haja uma oferta global de painéis solares de 1100 gigawatts até ao final deste ano, triplicando a procura e conduzindo a uma queda de preços estimada de 40% até 2028.
Estados Unidos preocupados
A questão da sobrecapacidade da China em matéria de painéis solares e o seu impacto nos mercados mundiais chamou a atenção da Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.
Durante a sua próxima visita à China, Yellen planeia abordar os desafios colocados pelo “excesso de produção” de painéis solares, salientando a necessidade de práticas comerciais justas e os efeitos adversos da “excessiva capacidade industrial” chinesa na economia global.
A visita tem como objetivo “defender os trabalhadores e as empresas americanas”, no que o Business Insider considera ser um reflexo das preocupações com as distorções do mercado global e as desvantagens competitivas enfrentadas pelos fabricantes fora da China, incluindo os dos EUA e da Europa.
Nos últimos anos a China tem tentado diversificar a sua economia, afastando-a do conturbado sector imobiliário, com uma aposta em três “novas indústrias“: energia solar, veículos elétricos e baterias de iões de lítio. E nas três áreas, o impacto dessa aposta já se começou a sentir na economia mundial.
in ZAP
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