Canhão da Ribeira dos Amiais - Olhos de Água do Alviela (foto de Fernando Martins)
À Água
Ninguém ouve a canção, mas o ribeiro canta!
Canta, porque um alegre deus o acompanha!
Quantos mais tombos, mais a voz levanta!
Canta, porque vem limpo da montanha!
Espelho do céu, é quanto mais partido
Que mais imagens tem da grande altura.
E quebra-se a cantar, enternecido
De regar a paisagem de frescura.
Água impoluta da nascente,
És a pura poesia
Que se dá de presente
Às arestas da humana penedia...
Ninguém ouve a canção, mas o ribeiro canta!
Canta, porque um alegre deus o acompanha!
Quantos mais tombos, mais a voz levanta!
Canta, porque vem limpo da montanha!
Espelho do céu, é quanto mais partido
Que mais imagens tem da grande altura.
E quebra-se a cantar, enternecido
De regar a paisagem de frescura.
Água impoluta da nascente,
És a pura poesia
Que se dá de presente
Às arestas da humana penedia...
in Odes (1946) - Miguel Torga
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