Como poeta, o seu nome aparece inicialmente ligado à publicação coletiva
Poesia 61 (que reuniu Gastão Cruz,
Casimiro de Brito,
Fiama Hasse Pais Brandão,
Luiza Neto Jorge e
Maria Teresa Horta),
uma das principais contribuições para a renovação da linguagem poética
portuguesa na década de 60. Como crítico literário, coordenou a
revista
Outubro e colaborou em vários jornais e revistas ao longo dos anos sessenta -
Seara Nova,
O Tempo e o Modo ou
Os Cadernos do Meio-Dia (publicados sob a direção de
Casimiro de Brito e
António Ramos Rosa). Essa colaboração foi reunida em volume, com o título
A Poesia Portuguesa Hoje (1973), livro que permanece como uma referência para o estudo da poesia portuguesa da década de 60.
Nome decisivo da renovação da poesia portuguesa nos anos 60, morreu no dia 20 de março de 2022, um domingo, em Lisboa.
DENTRO DA VIDA
Não estamos preparados para nada:
certamente que não para viver
Dentro da vida vamos escolher
o erro certo ou a certeza errada
Que nos redime dessa magoada
agitação do amor em que prazer
nem sempre é o que fica de querer
ser o amador e ser a coisa amada?
Porque ninguém nos salva de não ser
também de ser já nada nos resgata
Não estamos preparados para o nada:
certamente que não para morrer
Gastão Cruz
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