D. Afonso V de Portugal, (Sintra, 15 de janeiro de 1432 - Sintra, 28 de agosto de 1481), foi o décimo-segundo Rei de Portugal, cognominado o Africano pelas conquistas no Norte de África. Filho do rei D. Duarte, sucedeu-lhe em 1438 com apenas seis anos. Por ordem paterna a regência foi atribuída a sua mãe, D. Leonor de Aragão mas passaria para o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra, que procurou concentrar o poder no Rei em detrimento da aristocracia e concluiu uma revisão na legislação conhecida como Ordenações Afonsinas. Em 1448 D. Afonso V assumiu o governo, anulando os editais aprovados durante a regência. Com o apoio do tio homónimo D. Afonso I, Duque de Bragança, declarou o tio D. Pedro inimigo do reino, derrotando-o na batalha de Alfarrobeira. Concentrou-se então na expansão no norte de África, onde conquistou Alcácer Ceguer, Anafé, Arzila, Tânger e Larache. Concedeu o monopólio do comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de este explorar a costa, o que o levaria em 1471 à Mina,
onde descobriu um florescente comércio de ouro cujos lucros auxiliaram o
rei na conquista. Em 1475, na sequência de uma crise dinástica, D.
Afonso V casou com a sobrinha, D. Joana de Trastâmara, assumindo estes pretensões ao trono de Castela, que invadiu. Após não obter uma clara vitória na batalha de Toro, com sintomas de depressão, D. Afonso abdicou para o filho, D. João II de Portugal, falecendo em 1481.
(...)
No desenvolvimento da Guerra da Beltraneja assinou com os Reis Católicos o Tratado das Alcáçovas-Toledo, inicialmente na vila portuguesa de Alcáçovas, no Alentejo, a 4 de setembro de 1479, colocando fim à Guerra de Sucessão de Castela (1479-1480) e posteriormente ratificado na cidade castelhana de Toledo, a 6 de março de 1480.
Além de formalizar o fim das hostilidades (pelo qual Joana e seu tio e
marido Afonso V de Portugal, desistiam para sempre das suas pretensões
ao trono de Castela), o Tratado continha cláusulas concernentes à
política de projeção externa de ambos os países, num momento em que os
dois reinos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até
então descobertas na costa africana: Portugal obtinha o reconhecimento
do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o arquipélago dos Açores, o de Cabo Verde e a costa da Guiné,
enquanto que Castela recebia as ilhas Canárias (exploradas por Diego
Garcia de Herrera em 1476), renunciando a navegar ao Sul do cabo
Bojador, ou seja, do Paralelo 27 no qual se encontravam as próprias
ilhas. Regulamentava também as áreas de influência e de expansão de
ambas as coroas pelo Reino Oatácida de Fez, no Norte de África.
Desiludido e com sintomas de depressão, D. Afonso retira-se para o convento de Varatojo em Torres-Vedras e abdica para o filho D. João, futuro D. João II de Portugal. Tendo-se retirado da vida política, morre em 1481, aquando da sua chegada a Sintra. A descrição da sua morte é a de que pediu, e lhe deram, um copo de água, e que morreu de seguida.
Jaz no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
in Wikipédia
Sem comentários:
Enviar um comentário