segunda-feira, junho 05, 2023

Os portugueses correram com José Sócrates há doze anos...!

     

As eleições legislativas portuguesas de 2011, também designadas de eleições para a Assembleia da República, decorreram no dia 5 de junho de 2011. A data foi definida pelo Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, a 31 de março de 2011.

Estas eleições foram antecipadas após o governo do PS, que não tinha a maioria absoluta, ver o chamado "PEC IV" chumbado (pacote de diversas medidas de austeridade para controlar a crise financeira que o país atravessava) após toda a oposição (PSD, CDS, BE, PCP e PEV) ter votado contra, levando a José Sócrates a pedir a sua demissão. Após a convocação de eleições antecipadas, o governo de José Sócrates assinava um pedido de resgate ao FMI, UE e BCE no valor de 78 mil milhões. Ao governo do PS, PSD e CDS juntaram-se na assinatura ao pedido do resgate.

Numas eleições marcadas por uma forte abstenção (superior a 40% pela primeira vez na história), o PSD, liderado por Pedro Passos Coelho, obteve uma vitória incontestável, ao obter 38,7% dos votos e 108 deputados. O PSD venceu em 19 dos 22 círculos eleitorais, incluindo em distritos como Porto, Lisboa, Coimbra e Castelo Branco, onde já não vencia desde 1991. Apesar da vitória folgada, o PSD não tinha maioria absoluta mas conseguiu formar um governo de coligação com o CDS que voltou a obter um excelente resultado. O CDS, de Paulo Portas, voltava a crescer e obtinha mais de 11% e 24 deputados, o melhor resultado eleitoral desde 1983.

O PS, com José Sócrates novamente à frente, obtinha o seu pior resultado eleitoral desde 1987 e pela primeira vez desde 1991 ficava abaixo dos 30%, ao conseguir apenas 28,1% dos votos e 74 deputados. Os socialistas apenas venceram nos círculos de Beja, Évora e Setúbal e viram-se completamente arrasados em muitos dos seus bastiões, como Castelo Branco, Coimbra ou Portalegre. A dimensão da derrota levou a José Sócrates a pedir a sua demissão como líder do PS na própria noite eleitoral.

À esquerda do PS, os resultados foram mistos. A CDU ou PCP-PEV continuava o seu percurso de ligeira ascensão iniciada em 2005 e voltava a eleger mais um deputado, neste caso pelo distrito de Faro, algo que não acontecia desde 1987. Quanto ao Bloco de Esquerda foi um dos grandes derrotados da noite, a par do PS, ao perder metade do eleitorado e dos deputados que obteve em 2009 ao ficar-se pelos 5,2% e 8 deputados.

Por fim, destacar os resultados do histórico PCTP/MRPP e do recém-formado Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) que falharam por pouco a eleição de um deputado no círculo de Lisboa.
 

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