segunda-feira, abril 24, 2023

Genocídios...? Nunca mais...!

Arménios escoltados por soldados otomanos, marchando da cidade de Harput (atual Elazığ) para um campo de prisioneiros, em abril de 1915
       
Genocídio arménio, holocausto arménio ou ainda o massacre dos arménios e, tradicionalmente, como Medz Yeghern (em arménio: Մեծ Եղեռն; "Grande Crime") foi o extermínio sistemático pelo governo otomano de seus súbditos arménios, minoritários dentro da sua pátria histórica, que se encontra no território que constitui a atual República da Turquia. O número total de pessoas mortas como resultado do genocídio é estimado entre 800 mil e 1,8 milhão. O dia 24 de abril de 1915 é convencionalmente considerado a data de início dos massacres, quando as autoridades otomanas caçaram, prenderam e executaram cerca de 250 intelectuais e líderes comunitários arménios em Constantinopla.

O genocídio foi realizado durante e após a Primeira Guerra Mundial e executado em duas fases: a matança da população masculina sã, através de massacres e sujeição de recrutas do exército para o trabalho forçado, seguida pela deportação de mulheres, crianças, idosos e enfermos em marchas da morte que levavam ao deserto sírio. Impulsionada por escoltas militares, os deportados foram privados de comida e água e submetidos a roubos, violações e massacres periódicos. Outros grupos étnicos nativos e cristãos, como os assírios e gregos otomanos, também foram igualmente perseguidos pelo governo otomano e o seu tratamento é considerado por muitos historiadores como parte da mesma política genocida. A maioria das comunidades arménias que surgem após a diáspora deste povo por todo o mundo são um resultado direto do genocídio.

Raphael Lemkin foi expressamente movido pela aniquilação dos arménios ao cunhar a palavra genocídio em 1943 e definir extermínios sistemáticos e premeditados dentro dos parâmetros legais. O genocídio arménio é reconhecido como tendo sido um dos primeiros genocídios modernos, os estudiosos apontam para a forma organizada em que os assassinatos foram realizados a fim de eliminar o povo arménio, e é o segundo caso mais estudado de genocídio após o Holocausto, promovido pela Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente este conceito é contestado por autores da segunda metade do século XX, pois o Império nunca teve uma conceção étnica ou colonial de Estado antes do genocídio, diferente do colonialismo europeu.

A Turquia, estado sucessor do Império Otomano, nega o termo "genocídio" como uma definição exata para os assassinatos em massa de arménios, que começaram sob o domínio otomano em 1915. Nos últimos anos, o governo turco tem enfrentado seguidas reivindicações para reconhecer o episódio como um genocídio. Até o momento, 29 países reconheceram oficialmente os assassinatos em massa como um genocídio, uma visão que é compartilhada pela maioria dos estudiosos e historiadores deste período histórico.

    
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Mapa dos locais de massacres e campos de extermínio e deportação no território otomano
   
Negação e revisionismo
A Turquia atualmente não reconhece o genocídio arménio. Ela diz que os arménios passaram por uma terrível mortalidade e que na verdade agiu para defender a soberania nacional. A Turquia também alega que o número de mortes é exagerado. Ela diz que estudos demográficos dizem que antes da Primeira Guerra Mundial, viviam menos de 1,5 milhão de arménios em todo o Império Otomano. Conforme os historiadores, mais de 1,5 milhão de arménios foram mortos na Arménia Oriental. Por isso a Turquia acredita ser exagerado o número de arménios mortos. O governo turco foi acusado de usar fakes de Internet para importunar parlamentares alemães que se pronunciaram contra o genocídio em 2016.
    

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