Alexandre II (Moscovo, 29 de abril de 1818 - São Petersburgo, 13 de março de 1881) foi Czar da Rússia desde 2 de março de 1855 até ao seu assassinato. Como tal, foi também grão-duque da Finlândia (1855-1881) e rei da Polónia até 1867.
É conhecido pelas suas reformas liberais e modernizantes, através das quais procurou renovar a cristalizada sociedade russa.
Em 19 de fevereiro de 1861 decretou o fim da servidão na Rússia. Foram libertados, ao todo, 22,5 milhões de camponeses servos - preservando-se, todavia, a propriedade dos latifúndios.
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Após a última tentativa de assassinato em fevereiro de 1880, o conde Loris-Melikov foi nomeado chefe da Comissão Executiva Suprema e recebeu mais poderes para combater os revolucionários. As propostas de Loris-Melikov iriam incluir a criação de uma espécie de parlamento e o imperador pareceu concordar com ele, contudo estes planos nunca foram concretizados.
A 13 de março de 1881, Alexandre foi vitima de uma conspiração para o assassinar em São Petersburgo.
Como se sabia, todos os domingos, durante vários anos, o imperador ia visitar o Mikhailovsky Manège para assistir à chamada militar. Viajava para e regressava do Manège numa carruagem fechada acompanhada de seis cossacos e mais um sentado ao lado do cocheiro. A carruagem do imperador era seguida por dois trenós que levavam, entre outros, o chefe da polícia e o chefe dos guardas do imperador. A viagem, como sempre, fez-se pelo Canal de Catarina e por cima da Ponte Pevchesky. A estrada era apertada e tinha passeios para os peões de ambos os lados. Um jovem membro da Vontade do Povo, Nikolai Rysakov carregava uma pequena embalagem branca embrulhada num lenço de pano.
“ | Após um momento de hesitação, atirei a bomba. Atirei-a para debaixo dos cascos dos cavalos pensando que iria explodir debaixo da carruagem (...) A explosão atirou-me contra a cerca. | ” |
Embora a explosão tenha matado um dos cossacos e ferido o condutor e
pessoas que passavam na rua com gravidade, apenas conseguiu provocar
danos na carruagem à prova de bala, um presente do imperador Napoleão III de França.
O imperador saiu abalado, mas ileso. Rysakov foi capturado quase de
seguida. O chefe da polícia, ouviu Rysakov a gritar para outra pessoa
que estava no meio da multidão. Os guardas e os cossacos imploram ao
imperador que deixasse imediatamente o local em vez de ir ver o local da
explosão.
Apesar de tudo, um segundo membro jovem da organização terrorista, Ignaty Grinevitsky
que estava perto da cerca do canal, ergueu ambos os braços e atirou
algo para os pés do imperador. Alegadamente, Alexandre terá gritado: Ainda é cedo demais para agradecer a Deus. Dvorzhitsky escreveu mais tarde:
“ | Fiquei surdo após a segunda explosão, queimado, ferido e fui atirado para o chão. De repente, por entre o fumo e o nevoeiro da neve, ouvi a voz de Sua Majestade a gritar: 'Ajuda!' Juntando todas as forças que tinha, levantei-me e corri até ao imperador. Sua Majestade estava meio deitado, meio sentado, apoiado no seu braço direito. Pensando que ele estava apenas gravemente ferido, tentou levantá-lo, mas as pernas do czar estavam destruídas e o sangue escorria delas. Vinte pessoas, feridas de várias maneiras, estavam estendidas no passeio e na rua. Algumas conseguiam levantar-se, outras rastejavam, outras ainda tentavam sair debaixo de corpos que tinham caído em cima delas. Espalhados pela neve estavam detritos e sangue e podiam ver-se fragmentos de roupas, dragonas, sabres e pedaços sangrentos de carne humana. | ” |
Mais tarde descobriu-se que havia um terceiro bombista na multidão.
Ivan Emelyanov estava pronto agarrando uma mala de mão que tinha uma
bomba que seria usada se as outras duas tivessem falhado.
Alexandre foi levado de trenó até ao Palácio de Inverno e depois para o
seu escritório onde, ironicamente, quase exatamente vinte anos antes,
tinha assinado o documento que tinha libertado os servos. Alexandre
estava a perder muito sangue, tinha as pernas destruídas, o estômago
aberto e o rosto mutilado. Vários membros da família real apressaram-se para o local.
O imperador moribundo recebeu a comunhão e a extrema unção. Quando
perguntaram ao médico que estava de serviço, Sergey Botkin, quanto
tempo de vida lhe restava, ele respondeu: No máximo, quinze minutos. Às três e meia da tarde a bandeira pessoal de Alexandre II foi arreada pela última vez.
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