Nascido em uma família extremamente rica no estado de Coahuila, no norte, Madero era um político incomum, que até ele se candidatar à presidência nas eleições de 1910, nunca ocupou um cargo. Inspirado por cartas que ele considerava ter recebido de espíritos através de sua mediunidade, Madero, para preocupação de sua família, decidiu mobilizar uma revolução política contra o Porfiriato, escrevendo seu livro de 1908 intitulado A Sucessão Presidencial de 1910, em que pediu aos eleitores que impedissem a sexta reeleição de Porfirio Díaz, o que Madero considerava antidemocrático. A sua visão lançaria as bases para um México democrático do século XX, mas sem polarizar as classes sociais. Para esse efeito, ele apoiou-se no Partido Nacional Antirreeleicionista de oposição e instou os eleitores a expulsarem Díaz nas eleições de 1910. A candidatura de Madero contra Díaz conquistou amplo apoio no México. Ele possuía meios financeiros independentes, determinação ideológica e a coragem de se opor a Díaz quando era perigoso fazê-lo. Díaz prendeu Madero antes das eleições, que foram então vistas como fraudulentas. Madero escapou da prisão e emitiu o Plano de San Luis Potosí nos Estados Unidos. Pela primeira vez, ele pediu uma revolta armada contra Díaz, eleito ilegalmente, e delineou um programa de reforma. A fase armada da Revolução Mexicana data de seu plano.
Revoltas em Morelos sob Emiliano Zapata e no norte por Pascual Orozco, Pancho Villa e outros e a incapacidade do Exército Federal de suprimi-los forçaram a renúncia de Díaz em 25 de maio de 1911, após a assinatura do Tratado de Ciudad Juárez; Madero era muito popular entre muitos setores, mas não assumiu a presidência. Um presidente interino foi instalado e as eleições foram agendadas para o outono de 1911. Madero foi eleito presidente em 15 de outubro de 1911 por quase 90% dos votos. Juramentado no cargo em 6 de novembro de 1911, tornou-se um dos mais jovens presidentes eleitos do México, com apenas 38 anos.
O governo de Madero logo encontrou oposição tanto de revolucionários mais radicais quanto de conservadores. Ele não avançou rapidamente na reforma agrária, o que era uma demanda importante de muitos de seus apoiantes. Os ex-apoiantes Emiliano Zapata declararam-se em rebelião contra Madero no Plano de Ayala, como Pascual Orozco fez em seu Plano Orozquista. Estes foram desafios significativos para a presidência de Madero. O operariado também ficou desiludido com suas políticas moderadas. Os empresários estrangeiros estavam preocupados com o fato de Madero não ter conseguido manter a estabilidade política que deixaria seus investimentos seguros. A Igreja Católica atacava a sua fé no espiritismo, embora Madero a escondesse do público, a imprensa o ridicularizava e o embaixador americano no México considerava-o lunático. Governos estrangeiros preocuparam-se que um México desestabilizado ameaçaria a ordem internacional e os movimentos de sucessão governamental foram observados com diversos interesses, a favor e contra, com intervenções por embaixadores de diversos países, inclusive agentes secretos alemães.
Em fevereiro de 1913, ocorreu um golpe de estado na capital mexicana, liderada pelo general Victoriano Huerta, secretário da Guerra e Marinha e comandante militar na cidade, apoiado pelo embaixador norte-americano no México. Madero foi preso e pouco tempo depois assassinado, juntamente com o seu vice-presidente, José María Pino Suárez, em 22 de fevereiro de 1913, após a série de eventos conhecidos como a Decena Trágica. Na morte, Madero tornou-se uma força unificadora de elementos díspares no México, em oposição ao regime de Huerta. No norte, o governador de Coahuila Venustiano Carranza liderou o que se tornou o Exército Constitucionalista contra Huerta, enquanto Zapata continuou na sua rebelião sob o Plano de Ayala. Uma vez que Huerta foi demitido em julho de 1914, a coligação de oposição mantida unida pela memória de Madero dissolveu-se e o México entrou numa nova etapa da guerra civil.
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