segunda-feira, fevereiro 06, 2023

O Muro da Vergonha e os seus esbirros fizeram a sua derradeira vítima há 34 anos

  

Chris Gueffroy
(Berlim, 21 de junho de 1968 - idem, 6 de fevereiro de 1989) foi a última pessoa a ser alvejada enquanto tentava escapar para Berlim Ocidental pelo Muro de Berlim. Ele é frequente e erroneamente referenciado como a última pessoa a morrer numa tentativa de cruzar o muro, mas na verdade ele foi o último a ser assassinado, e o penúltimo a morrer numa tentativa de fuga. Winfried Freudenberg morreu na queda de um balão, no qual cruzou a fronteira para Berlim Ocidental em 8 de março de 1989.

Juntamente com o seu amigo Christian Gaudian, Gueffroy tentou escapar de Berlim Oriental para Berlim Ocidental, na noite de 6 de fevereiro de 1989, ao longo do canal do distrito de Britz. Os dois acreditavam que a Schießbefehl, a ordem de atirar em qualquer um que tentasse cruzar o muro, havia sido suspensa. Os dois pulariam o muro com a ajuda de uma escada, mas foram descobertos. Gueffroy foi alvejado no peito por dez tiros e morreu sobre o muro. Gaudian, muito ferido, foi preso e sentenciado, em 24 de maio de 1989, a três anos de prisão. Em setembro do mesmo ano ele foi solto e em 17 de outubro transferido para Berlim Ocidental.

Os quatro guardas implicados foram recompensados pelas autoridade da Alemanha Oriental, cada um com um prémio de 150 marcos. No entanto, com a reunificação, um processo foi aberto em Berlim pela justiça da Alemanha. Dois dos guardas foram libertados em janeiro de 1992, um foi suspenso, enquanto que o principal acusado, Ingo Heinrich, que era responsável pelo tiro mortal no coração, foi condenado a três anos e meio de prisão (penalidade reduzida pelo Tribunal Federal a dois anos com suspensões em 1994).
O túmulo de Gueffroy foi vandalizado diversas vezes, provavelmente por comunistas que temiam que ele se tornasse um símbolo. Em 21 de junho de 2003, data em que comemoraria 35 anos, um monumento foi erguido a Gueffroy à margem do canal de Britz. 
  

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