António Vítor Ramos Rosa (Faro, 17 de outubro de 1924 – Lisboa, 23 de setembro de 2013), foi um poeta, tradutor e desenhador português.
Biografia
António Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino
secundário por questões de saúde. Em 1958 publica no jornal «A Voz de
Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". No mesmo ano sai o seu primeiro
livro «O Grito Claro», n.º 1 da colecção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo, e também poeta, Casimiro de Brito.
Ainda nesse ano inicia a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia»,
que em 1960 encerra a edição, por ordem da polícia política.
Foi um dos fundadores da revista de poesia Árvore existente entre 1951 e 1953 e fez parte do MUD Juvenil.
A 10 de junho de 1992 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 9 de junho de 1997 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro. Em 2003, a Universidade do Algarve, atribui-lhe o grau de Doutor Honoris Causa.
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
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