sexta-feira, maio 14, 2021

Uma sangrenta revolução fez cair o primeiro Presidente da República há 106 anos

O 1.º sargento Alexandre de Carvalho, com um grupo de revolucionários à porta do Arsenal de Marinha
     
O primeiro sargento foi um dos muitos membros da Marinha de Guerra, de alguns soldados do Exército e de uma companhia da Guarda Nacional Republicana, que acompanhados de membros da Carbonária ocuparam o Arsenal da Marinha, em Lisboa, tendo chegado a ser mais de 7.000 homens. Esta guarnição, apoiada pelos navios de guerra surtos no Tejo defenderam o Arsenal do ataque do Regimento de Infantaria n.º 16, comandado pelo coronel Gomes da Costa. A revolução, que durou até dia 19 fez cerca de 200 mortos e mais de 1.000 feridos, conseguiu a demissão do governo do general Pimenta de Castro e a nomeação de um governo do partido democrático, chefiado por João Chagas, que não tomou posse, por ter sido ferido com 3 três tiros por um senador de outro partido republicano. 
  

  
A população lisboeta em frente aos Paços do Concelho assiste à proclamação da Junta Revolucionária
   
A Revolta de 14 de maio de 1915 foi um levantamento político-militar liderado por Álvaro de Castro e pelo general Sá Cardoso, tendo como objectivo o derrube do governo presidido pelo general Pimenta de Castro e a reposição da plena vigência da Constituição Portuguesa de 1911 que os revoltosos consideravam estar a ser desrespeitada pelo Presidente da República, Manuel de Arriaga, ao dissolver unilateralmente o Congresso da República sem que tivesse poderes constitucionais para tal acto. O movimento foi vitorioso, levando à substituição do governo pela Junta Constitucional de 1915 e à demissão de Manuel de Arriaga. A revolta causou oficialmente cerca de 200 mortos e cerca de mil feridos. Durante a revolta, João Chagas, indigitado para chefe do governo, foi atingido a tiro no Entroncamento, pelo senador João José de Freitas, ficando gravemente ferido e cego de um olho. O agressor foi linchado pela multidão.
  

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