Gabriela é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo de 14 de abril a 24 de outubro de 1975, às 22.00, substituindo O Rebu e sendo substituída por O Grito. Foi a 21ª "novela das dez" exibida pela emissora.
Escrita por Walter George Durst, adaptada do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, e dirigida por Walter Avancini e Gonzaga Blota, com 132 capítulos, abordava a seca nordestina e a pacata cidade litoral de Ilhéus.
Contou com Sónia Braga, Armando Bogus, José Wilker, Nívea Maria, Fúlvio Stefanini, Dina Sfat, Elizabeth Savalla, Marcos Paulo, Eloísa Mafalda e Paulo Gracindo nos papéis principais.
Sinopse
A novela retratava a vida de Gabriela, simples moça do sertão baiano que fora para Ilhéus
para fugir da seca nordestina. Moça sofrida, porém muito alegre,
seduzia os homens; a novela mostrava o amor de Gabriela com um
estrangeiro que não aceitava seu comportamento, ora ingénuo, ora
loucamente sensual. Gabriela era uma morena lutadora e ousada, que
andava descalça e com vestidos extremamente curtos, e muito
trabalhadora.
Impacto em Portugal
Foi a primeira telenovela exibida em Portugal na RTP 1, começou a ser transmitida em 16 de maio de 1977 e foi um enorme sucesso em todo o país.
Em 1977, o número de aparelhos televisivos era baixo em Portugal (150
televisores por mil habitantes), o que fazia com que as habitantes das
aldeias, vilas pequenas e bairros populares a deslocarem-se de
propósito a cafés, às associações de bairro e de moradores ou sedes de
outras associações cooperativas, para poderem assistir à telenovela.
Isto prova o sucesso desta telenovela brasileira, apesar de nessa época
não haver shares de audiência (também só existiam dois canais e a RTP 2 tinha pouca cobertura nacional). A sua popularidade atingiu todos os estratos sociais.
Esse sucesso também se refletiu em novos modos de comportamento e de
relacionamento social, esta novela mostrou algo que nunca havia sido
visto na televisão portuguesa (apenas três anos após a queda da ditadura do Estado Novo)
e influenciou a moda, incluindo os penteados, a escolha dos nomes de
bebés e da linguagem usada. Essa influência continuaria com outras
novelas oriundas do Brasil. O êxito foi tal que as reuniões na Assembleia da República eram adiadas para uma hora posterior à exibição da novela.
Gabriela foi um sucesso estrondoso na televisão portuguesa, abrindo
horizontes para a produção de uma série de novelas portuguesas, sendo a primeira Vila Faia, em 1982.
O sucesso foi tal que, quando dois atores brasileiros chegaram a Portugal, Elizabeth Savalla, que interpretava a rebelde Malvina, que se revoltava contra as prepotências do seu pai, um coronel, e Fúlvio Stefanini,
que interpretava a personagem Tonico Bastos, centenas de pessoas
estiveram presentes no aeroporto de Lisboa para os ver (uma delas seria o
então primeiro-ministro português da época, Mário Soares e até mereceu primeira página do jornal Diário de Notícias. A transmissão teve lugar até 16 de novembro desse ano, sendo substituída por outra telenovela brasileira, O Casarão.
in Wikipédia
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