sexta-feira, janeiro 29, 2021

O sogro da Europa morreu há 115 anos

 
Cristiano IX
(Gottorp, Schleswig, 8 de abril de 1818 - Copenhaga, 29 de janeiro de 1906) foi Rei da Dinamarca desde 1863 a 1906.

Era o quarto filho de Frederico Guilherme, Duque de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg e da Princesa Luísa Carolina de Hesse. Através da mãe, era bisneto do rei Frederico V da Dinamarca, trineto de Jorge II do Reino Unido e descendente de vários outros monarcas, embora sem pretensões directas a nenhum trono europeu.
Através do pai, Cristiano era um membro de um ramo menor da Casa de Oldenburg, descendente directo por via masculina de Cristiano III da Dinamarca e um descendente de Helwig de Schauenburg, condessa de Oldenburg, mãe de Cristiano I da Dinamarca, a herdeira (através da lei semi-sálica) do seu irmão Adolfo, o último Schauenburg Duque de Scheleswig e conde de Holstein. Portanto, Cristiano era passível de suceder nos ducados de Schleswig-Holstein, embora ocupasse um lugar remoto na sucessão.
Cristiano cresceu na Dinamarca e foi educado na Academia Militar de Copenhaga. Foi pretendente à mão da Rainha Vitória do Reino Unido, e em 1842 acabou por casar com Luísa de Hesse-Kassel, uma sobrinha do Rei Cristiano VIII da Dinamarca.
Em 1847 foi escolhido, com a bênção das grandes potências europeias, como herdeiro presuntivo do trono dinamarquês ocupado por Cristiano VIII, já que o seu filho (o futuro Frederico VII da Dinamarca) parecia incapaz de produzir descendência. O seu casamento foi importante nesta escolha, já que a sua mulher, enquanto sobrinha do rei, estava mais próxima do trono do que o marido. Sucedeu no trono em 15 de novembro de 1863, após a morte de Frederico VII.
Depois de se tornar rei, enfrentou uma crise sobre a posse e o estatuto de Schleswig e Holstein, duas províncias no sul da Dinamarca, quando assinou, sob pressão, a Constituição de Novembro, um tratado que fez de Schleswig parte da Dinamarca. Isto resultou numa breve guerra entre a Dinamarca e a aliança Austro-Prussiana em 1864. Esta guerra foi desfavorável à Dinamarca e levou à anexação de Schleswing e Holstein à Prússia em 1865.
Devido à Lei Sálica, a sucessão de Frederico VII, que não tinha filhos, tornou-se uma questão complicada que levou a vários conflitos.
As tendências nacionalistas na parte germanófona de Schleswig-Holstein fizeram com que nenhuma solução que mantivesse a união dos dois ducados com a Dinamarca fosse satisfatória para eles e para vários elementos na Alemanha. Estes ducados haviam sido herdados através da lei sálica por descendentes de Helwig de Schauenburg, sendo que a seguir a Frederico VII na linha de sucessão estava Frederico, Duque de Augustenburg (1829-1880). Este auto proclamou-se Frederico VIII de Schleswig-Holstein em 1863 e tornou-se o símbolo da independência pró-alemã nos ducados. No entanto, depois de o seu pai ter abdicado dos direitos sucessórios por dinheiro após o Protocolo de Londres em 1852, não era considerado elegível como rei pela a maioria dos Dinamarqueses.
Na Dinamarca também vigorava a Lei Sálica, mas apenas entre os descendentes de Frederico III da Dinamarca, o primeiro rei a suceder por via hereditária (anteriormente os monarcas eram oficialmente eleitos). A sua descendência por via masculina extinguiu-se após a morte de Frederico VII, a partir de quando passou a vigorar uma lei sucessória semi-sálica promulgada por Frederico III. Havia no entanto dúvidas de interpretação da lei relativamente a quem herdaria a coroa. O problema foi resolvido com uma eleição e uma nova lei a confirmar o sucessor.
As parentes femininas mais próximas de Frederico VII eram as descendentes da sua tia paterna, Luísa, que casara na família de Hesse. Contudo, não eram descendentes agnáticos da família real e eram portanto não elegíveis para a sucessão em Schleswig-Holstein.
A herdeira dinástica de acordo com a antiga primogenitura de Frederico III era Carolina da Dinamarca (1793-1881), a filha mais velha de Frederico VI da Dinamarca, e depois a sua irmã Guilhermina (1808-1891). Nenhuma tinha filhos. Ter-se-ia seguido Luísa, a irmã de Frederico VI, cujo descendente era o acima referido Frederico de Augustenborg.
Alguns direitos pertenciam ainda a um ramo menor da família real, descendentes de uma filha de Frederico V, elegíveis para suceder em Schleswig-Holstein. Entre estes estavam o próprio Cristiano e os seus dois irmãos mais velhos, um deles sem filhos e o outro com descendência masculina.
O Príncipe Cristiano tinha sido adoptado como "neto" pelo rei Frederico VI e Rainha Maria Sofia Frederica de Hesse, que não tinham filhos varões. Ele estava por tanto familiarizado com a corte e as tradições dos monarcas mais recentes. Cristiano era sobrinho-neto da rainha Maria e descendia de uma prima direita de Frederico VI. Fora criado Dinamarquês e não estava ligado ao nacionalismo alemão, o que fazia dele um bom candidato aos olhos dinamarqueses. No entanto, apesar de ser elegível para suceder, estava numa posição afastada na linha de sucessão.
Cristiano casou com Luísa de Hesse-Kassel, a filha mais velha do filho mais velho da parente feminina mais próxima de Frederico VII. O pai e os irmãos de Luísa renunciaram aos seus direitos sucessórios em favor dela e do seu marido. A mulher do príncipe Cristiano era agora a herdeira mais próxima de Frederico VII. Este casamento cimentou a sua posição como herdeiro do trono dinamarquês.
  
O sogro da Europa
Cristiano IX e Luísa de Hesse tiveram um casamento bem sucedido, e os seus seis filhos realizaram casamentos notáveis em várias casas reais europeias, sendo avós de cinco monarcas europeus. Hoje em dia, a maioria das casas reais, reinantes e não reinantes, descendem de Cristiano IX.
Os seus filhos foram:
     


  

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