Ruy Cinatti nasceu em Londres, a 8 de março de 1915, estudou em Lisboa, doutorou-se em Oxford e veio a falecer, em 12 de outubro de 1986, na capital portuguesa. Era um apaixonado por Timor onde viveu alguns anos e que lhe mereceu três livros publicados. Sobre S. Tomé e Príncipe editou também: "Lembranças para S. Tomé e Príncipe". No posfácio ao seu livro de poemas "Sete Septetos" (1967) escreveu: "...Por agora, firmo-me no que está acontecendo. O mistério envolve-me. A poesia é a autobiografia do poeta ou do nómada em escala de partida: o seu cântico. O homem, porém, não pode convencer-se da sua invulnerabilidade, para que, sobretudo, o poeta não se tome demasiado a sério e cristalize... E Deus lhe valha...". Do seu livro "Nós não somos deste mundo", de 1941, são os versos:
Gritam todos: venham!
E os outros: tenham!
Aqueles que estão comigo
Sonham. Não querem, nem partem,
Encantados...
in Arpose
Linha de Rumo
Quem não me deu Amor, não me deu nada.
Encontro-me parado...
Olho em meu redor e vejo inacabado
O meu mundo melhor.
Tanto tempo perdido...
Com que saudade o lembro e o bendigo:
Campo de flores
E silvas...
Fonte da vida fui. Medito. Ordeno.
Penso o futuro a haver.
E sigo deslumbrado o pensamento
Que se descobre.
Quem não me deu Amor, não me deu nada.
Desterrado,
Desterrado prossigo.
E sonho-me sem Pátria e sem Amigos,
Adrede.
Quem não me deu Amor, não me deu nada.
Encontro-me parado...
Olho em meu redor e vejo inacabado
O meu mundo melhor.
Tanto tempo perdido...
Com que saudade o lembro e o bendigo:
Campo de flores
E silvas...
Fonte da vida fui. Medito. Ordeno.
Penso o futuro a haver.
E sigo deslumbrado o pensamento
Que se descobre.
Quem não me deu Amor, não me deu nada.
Desterrado,
Desterrado prossigo.
E sonho-me sem Pátria e sem Amigos,
Adrede.
Ruy Cinatti
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