(imagem daqui)
António Osório, nascido António Osório de Castro (Setúbal, 1 de agosto de 1933 ), é um escritor e poeta português,
com antepassados galegos e italianos. É o poeta do amor e da
fulguração, dos afectos e dos silêncios. Embora tivesse começado a
escrever nos anos 50, apenas na década de 70 começa a publicar a sua
poesia em livros. Poeta e advogado em Lisboa, foi bastonário da Ordem
dos Advogados entre 1984 e 1986, administrador da Comissão Portuguesa da
Fundação Europeia da Cultura e presidente da Associação Portuguesa
para o Direito do Ambiente. É desde 1999, sócio correspondente
nacional, na Classe de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa.
Obra poética
- A Raiz Afectuosa (1972)
- A Ignorância da Morte (1978)
- O lugar do Amor (1981)
- Décima Aurora (1982)
- Adão, Eva e o Mais (1983)
- Planetário e Zoo dos Homens (1990)
- Casa das Sementes (2006)
- A Luz Fraterna (2009)
in Wikipédia
A Meus Filhos
A meus filhos
desejo a curva do horizonte.
E todavia deles tudo em mim desejo:
o felino gosto de ver,
o brilho chuvoso da pele,
as mãos que desvendam e amam.
Marga,
meu fermento,
neles caminho e me procuro,
a corpo igual regresso:
ao rápido besouro das lágrimas,
ao calor da boca dos cães,
à sua língua de faca afectuosa;
à seta que disparam os ibiscos,
à partida solene da cama de grades,
ao encontro, na praia, com as algas;
à alegria de dormir com um gato,
de ver sair das vacas o leite fumegante,
à chegada do amor aos quatro anos.
in A Raiz Afectuosa (1972) - António Osório
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