(imagem daqui)
Manuel Joaquim Reis Ventura (Calvão, Chaves, 23 de março de 1910 - Oeiras, 29 de janeiro de 1988), mais conhecido por Reis Ventura, foi um pintor, escritor e poeta português.
Biografia
Reis Ventura, que também usou o pseudónimo de Vasco Reis, notabilizou-se pela escrita de obras de temática colonial.
Radicado em Angola, dedicou-se à escrita e ao jornalismo e pertenceu à segunda fase da literatura colonial portuguesa do século XX, de clara inspiração africana.
Homenagens
A 18 de julho de 1972 foi feito Oficial da já não existente Ordem do Império.
Em Chaves existe, em sua homenagem, a Rua Reis Ventura
in Wikipédia
REIS VENTURA - Ervedelo/Chaves, 1910 - Lisboa, 1992
Reis Ventura é o pseudónimo literário de Manuel Joaquim dos Reis Barroso. Tendo começado a sua vida pela Ordem de São Francisco, onde professou com o nome de Vasco Reis e recebeu ordens sacras, estudou Teologia em Espanha, tendo seguido depois para Moçambique como missionário. Ali abandonaria não só os franciscanos como as próprias ordens sacerdotais, tendo regressado a Lisboa onde estudou então na Escola Superior Colonial. Em 1938 seguiu para Angola, onde trabalhou primeiro como funcionário administrativo e, ultimamente, como empregado da companhia de petróleos daquela então colónia. Regressou a Portugal em 1975, tendo-se fixado em Lisboa. Estreou-se como poeta com o volume A Romaria, que em 1934 recebeu o "Prémio Antero de Quental" do Secretariado de Propaganda Nacional, ex-aequo com a Mensagem de Fernando Pessoa. Para além de continuar a cultivar a poesia, dedicou-se depois a escrever crónicas, contos e romances de temática colonial, pelo que recebeu alguns prémios da antiga Agência Geral das Colónias. Está representado nas antologias: Novos Contos d'África, de Garibaldino de Andrade e Leonel Cosme, 1962; Contos Portugueses do Ultramar, de Amândio César, 1969; O Corpo da Pátria, antologia poética sobre a guerra colonial, de Pinharanda Gomes, 1971; e Antologia do Conto Ultramarino, de Amândio César, 1972.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Lisboa, 1997 (daqui)
Baião de Luanda
Tão velhinha e tão linda, e tão presa
nos mistérios das ondas do mar,
é Luanda uma flor, uma beleza
com perfume e encantos sem par.
De S. Paulo à Marginal
- Vem ver, meu amor! -
Luanda ao sol-pôr,
Como é sem favor, divinal!
Raparigas do Bungo e da Samba,
do Cruzeiro e da Sé, do Balão,
na Paris, Polo Norte ou Mutamba,
são a nossa maior tentação.
Nesta terra onde eu nasci
eu quero casar
e ter o meu lar
e rir e chorar
só por ti.
Pelos bailes seletos da Alta,
nos batuques tão ricos de cor,
é Luanda que dança e que salta,
numa festa de vida e amor.
Bungo, Samba e Sambizanga
ou Portas do Mar
- Tudo isto é Luanda,
cidade e quitanda
ao luar...
Tão velhinha e tão bela e fagueira,
debruçada nas ondas do mar,
É Luanda sagaz, feiticeira.
Quem cá chega, cá quer ficar!
Reis Ventura
Tão velhinha e tão linda, e tão presa
nos mistérios das ondas do mar,
é Luanda uma flor, uma beleza
com perfume e encantos sem par.
De S. Paulo à Marginal
- Vem ver, meu amor! -
Luanda ao sol-pôr,
Como é sem favor, divinal!
Raparigas do Bungo e da Samba,
do Cruzeiro e da Sé, do Balão,
na Paris, Polo Norte ou Mutamba,
são a nossa maior tentação.
Nesta terra onde eu nasci
eu quero casar
e ter o meu lar
e rir e chorar
só por ti.
Pelos bailes seletos da Alta,
nos batuques tão ricos de cor,
é Luanda que dança e que salta,
numa festa de vida e amor.
Bungo, Samba e Sambizanga
ou Portas do Mar
- Tudo isto é Luanda,
cidade e quitanda
ao luar...
Tão velhinha e tão bela e fagueira,
debruçada nas ondas do mar,
É Luanda sagaz, feiticeira.
Quem cá chega, cá quer ficar!
Reis Ventura
Sem comentários:
Enviar um comentário