Na noite de 3 de setembro de 1758, D. José I seguia incógnito numa carruagem que percorria uma rua secundária nos arredores de Lisboa.
O rei regressava para as tendas da Ajuda de uma noite com a amante.
Pelo caminho, a carruagem foi interceptada por três homens, que
dispararam sobre os ocupantes. D. José I foi ferido num braço, o seu
condutor também ficou ferido gravemente, mas ambos sobreviveram e
regressaram à Ajuda.
Sebastião de Melo tomou o controle imediato da situação. Mantendo em
segredo o ataque e os ferimentos do rei, ele efectuou julgamento rápido.
Poucos dias depois, dois homens foram presos e torturados. Os homens
confessaram a culpa e que tinham tido ordens da família dos Távoras, que
estavam a conspirar pôr o duque de Aveiro, José Mascarenhas, no trono. Ambos foram enforcados no dia seguinte, mesmo antes da tentativa de regicídio
ter sido tornada pública. Nas semanas que se seguem, a marquesa Leonor
de Távora, o seu marido, o conde de Alvor, todos os seus filhos, filhas e
netos foram encarcerados. Os conspiradores, o duque de Aveiro e os
genros dos Távoras, o marquês de Alorna e o conde de Atouguia foram
presos com as suas famílias. Gabriel Malagrida, o jesuíta confessor de Leonor de Távora foi igualmente preso.
Foram todos acusados de alta traição e de regicídio. As provas
apresentadas em tribunal eram simples: a) As confissões dos assassinos
executados, b) A arma do crime pertencia ao duque de Aveiro e c) O facto
de apenas os Távoras poderem ter sabido dos afazeres do Rei nessa
noite, uma vez que ele regressava de uma ligação com Teresa de Távora,
presa com os outros. Os Távoras negaram todas as acusações mas foram
condenados à morte. Os seus bens foram confiscados pela coroa, o seu
nome apagado da nobreza e os brasões familiares foram proibidos. A varonia Távora e morgadio foram então transferidos para a casa dos condes de São Vicente.
A sentença ordenou a execução de todos, incluindo mulheres e crianças. Apenas as intervenções da Rainha Mariana e de Maria Francisca,
a herdeira do trono, salvaram a maioria deles. A marquesa, porém, não
seria poupada. Ela e outros acusados que tinham sido sentenciados à
morte foram torturados e executados publicamente em 13 de janeiro de 1759 num descampado, perto de Lisboa, próximo da Torre de Belém.
in Wikipédia
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