Do Blog Geocrusoe, do amigo geólogo faialense Carlos, publicamos mais um post:
Assim, formam-se colunas eruptivas de grande altura, constituídas de cinzas vulcânicas (formadas a partir de gotículas de lava) e vapor, que ao caírem constroem pequenas ilhas... este modo de actividade vulcânica, já pormenorizado neste post, foi estudado e descrito cientificamente pela primeira vez com rigor durante a erupção dos Capelinhos que durou 13 meses, iniciados em Setembro de 1957, infelizmente não passou a ser conhecido por tipo Capeliano.
Tipos de Actividade vulcânica Submarina II - SURTSIANO ou CAPELIANO
Outra grande erupção basáltica submarina, ocorrida nos Açores ao longo do século XX, foi a dos Capelinhos, a oeste da costa do Faial. Já descrita neste blog nos vários post com a etiqueta do mesmo nome. Neste tipo de actividade, o topo da chaminé do vulcão situa-se a pequena profundidade (metros a escassas centenas de metros abaixo da nível do mar), assim a pressão da coluna de água é reduzida, o que permite a projecção em altura dos materiais expelidos pelo vulcão e a formação de grandes explosões com o contacto do magma quente com a água fria.
Fase inicial da erupção dos Capelinhos. [Foto publicada em: Machado, F. e Forjaz, V. H. - in Actividade Vulcânica do Faial - 1957-67 (1968) Ed. Com. Reg. Turismo Distrito da Horta]
Assim, formam-se colunas eruptivas de grande altura, constituídas de cinzas vulcânicas (formadas a partir de gotículas de lava) e vapor, que ao caírem constroem pequenas ilhas... este modo de actividade vulcânica, já pormenorizado neste post, foi estudado e descrito cientificamente pela primeira vez com rigor durante a erupção dos Capelinhos que durou 13 meses, iniciados em Setembro de 1957, infelizmente não passou a ser conhecido por tipo Capeliano.
Fase inicial da erupção de Surtsey em 1963 onde é evidente a semelhança com os Capelinhos em 1957. Imagem daqui
Cinco anos depois, a sul da Islândia, surgiu uma erupção submarina basáltica, pouco profunda e semelhante à do vulcão dos Capelinhos, que originou a nova ilha de Surtsey. Nesta segunda descrição dos mesmos fenómenos observados nos Capelinhos, nasceu o nome que caracteriza este modo de actividade vulcânica, que passou a designar-se por Actividade do Tipo Surtsiano (sustseyan activity). Desde então, a descrição científica da primeira fase dos Capelinhos é sempre feita com referência a um vulcão que ainda nem existia à data do termo da erupção nos Açores.
Desenho esquemático de uma erupção do tipo surtsiano que poderia ter sido baptizado como do tipo capeliano. Legenda (tradução adaptada): 1- Nuvem de vapor de água; 2- Jactos de cinza; 3 - Cratera; 4- Água; 5- Camadas de cinzas e lavas do vulcão; 6- Estratos da crosta e do fundo oceânico; 7- Chaminé vulcânica; 8- Câmara Magmática; 9- Filões profundos. Esquema proveniente daqui.
Os edifícios vulcânicos construídos durante as erupções do tipo surtsiano são essencialmente constituídos por cinzas vulcânicas desagregadas, mais tarde, com a circulação de água os grãos podem ficar cimentados formando uma rocha popularmente conhecida por tufo vulcânico, embora no meio científico seja também conhecido por tufo hialopiroclastito.
O edifício vulcânico do vulcão dos Capelinhos, onde predominam as cinzas vulcânicas ainda não consolidadas.
A ilha de Surtsey - veja-se que a semelhança com o edifício dos Capelinhos cinco anos mais velho é enorme. Imagem com origem daqui.
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