Hoje, dia 10 de Novembro, é o Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento. Em Lisboa a Unidade Ciência Viva assinala a data do modo que vimos no post anterior - o lançamento do Ano Internacional do Planeta Terra.
Para assinalar o dia vamos publicar um texto do jornal on-line Ciência Hoje:
Dia Mundial da Ciência ao serviço da Paz e do Desenvolvimento
2007-11-09 - por Maria Inês Fernandes *
Sonhei que a Terra sorria e quis descobrir porquê.
Liguei a televisão - conheces forma mais rápida de saber as notícias? Claro que os jornalistas, sedentos de notícias estrondosas e incríveis, não deixariam de mostrar uma peça sobre a Terra a sorrir, pensei. Qual não foi o meu desapontamento quando verifiquei que: nem uma linha, nem uma imagem... nada sobre o assunto!?
Já me preparava para desligar o aparelho, com aquela centelha de confiança renovada na Humanidade apagada, triste por, mais uma vez, descobrir que os sonhos não espelham a realidade - e este que valia tanto a pena! - quando reparei numa coisa estranha: as notícias não eram as desgraças habituais, os assaltos, as fomes, as guerras, as discussões estéreis e falaciosas dos políticos, futebol...
Os cientistas de todo o Mundo tinham-se reunido e feito um juramento solene por aquilo que cada um mais amava - uns diziam: «Juro por Deus», outros: «Juro pela Humanidade», outros: «Juro pelos meus filhos», outros ainda: «Juro pela minha conta bancária»... - de apenas usarem, venderem, difundirem, invenções e descobertas que promovessem o Homem e o ambiente, pondo como condição o depor das armas de guerrilheiros, soldados, mercenários, militares… e o compromisso de cada Homem de fazer fora o que gosta de ver naquilo que é seu: limpeza, gastos de água, gás e luz mínimos, comida na mesa, jardins e/ou quintais cuidados... e por aí fora, imagina. Bonito, não é?
Primeiro fizeram-se esquerdos, mas os cientistas, por seu lado, fizeram finca-pé e, assim, como não havia armas para usar, químicos à solta, poluentes a flutuar em terra, rios e mares, manipulações genéticas de plantas e animais... acabaram por ser o exemplo vivo do ditado que diz «se não os podes vencer, junta-te a eles», renderam-se e arregaçaram as mangas para dar início à construção desse novo Mundo, nessa operação de uma Terra de cara lavada, se assim o quiseres.
Então, que aconteceu? Tudo o que possas imaginar que aconteceria se a Ciência e a Paz dessem as mãos. Consegues? E, então, achas que não era motivo para a Terra sorrir?
Mas, como nada na vida é como nós o idealizamos, a probabilidade de isso acontecer é… quase improvável! Pelo que nos cabe fazer a nossa parte. Tu podes pensar: «Mas isso é um grão de areia num deserto»; e eu contraponho: «Pensa antes: "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e acrescento: «Como Gandhi dizia: "Acreditar em algo e não o viver é desonesto", eu diria mais: Quem faz o que nos outros critica é mais do que hipócrita, é viver com um estranho desprezível dentro de nós. Quem quer viver assim?».
Também diziam que era impossível fazer o que Gandhi fez, certo? Então, mais não digo...
ND - Inês Fernandes respondeu ao convite dirigido aos leitores de Ciência Hoje para escreverem sobre este dia. Os textos e opiniões nele expressos são da responsabilidade dos seus autores.
*Profissão: Assistente Administrativa; Formação Académica: Curso Superior de Línguas e Secretariado e Licenciatura em Sociologia; Não fundamentalista, mas pela Paz, pelo respeito por outras crenças e diferentes culturas; não feminista, mas pela Humanidade; citadina, mas pelo respeito pela Natureza...
Para assinalar o dia vamos publicar um texto do jornal on-line Ciência Hoje:
Dia Mundial da Ciência ao serviço da Paz e do Desenvolvimento
2007-11-09 - por Maria Inês Fernandes *
Sonhei que a Terra sorria e quis descobrir porquê.
Liguei a televisão - conheces forma mais rápida de saber as notícias? Claro que os jornalistas, sedentos de notícias estrondosas e incríveis, não deixariam de mostrar uma peça sobre a Terra a sorrir, pensei. Qual não foi o meu desapontamento quando verifiquei que: nem uma linha, nem uma imagem... nada sobre o assunto!?
Já me preparava para desligar o aparelho, com aquela centelha de confiança renovada na Humanidade apagada, triste por, mais uma vez, descobrir que os sonhos não espelham a realidade - e este que valia tanto a pena! - quando reparei numa coisa estranha: as notícias não eram as desgraças habituais, os assaltos, as fomes, as guerras, as discussões estéreis e falaciosas dos políticos, futebol...
Os cientistas de todo o Mundo tinham-se reunido e feito um juramento solene por aquilo que cada um mais amava - uns diziam: «Juro por Deus», outros: «Juro pela Humanidade», outros: «Juro pelos meus filhos», outros ainda: «Juro pela minha conta bancária»... - de apenas usarem, venderem, difundirem, invenções e descobertas que promovessem o Homem e o ambiente, pondo como condição o depor das armas de guerrilheiros, soldados, mercenários, militares… e o compromisso de cada Homem de fazer fora o que gosta de ver naquilo que é seu: limpeza, gastos de água, gás e luz mínimos, comida na mesa, jardins e/ou quintais cuidados... e por aí fora, imagina. Bonito, não é?
Primeiro fizeram-se esquerdos, mas os cientistas, por seu lado, fizeram finca-pé e, assim, como não havia armas para usar, químicos à solta, poluentes a flutuar em terra, rios e mares, manipulações genéticas de plantas e animais... acabaram por ser o exemplo vivo do ditado que diz «se não os podes vencer, junta-te a eles», renderam-se e arregaçaram as mangas para dar início à construção desse novo Mundo, nessa operação de uma Terra de cara lavada, se assim o quiseres.
Então, que aconteceu? Tudo o que possas imaginar que aconteceria se a Ciência e a Paz dessem as mãos. Consegues? E, então, achas que não era motivo para a Terra sorrir?
Mas, como nada na vida é como nós o idealizamos, a probabilidade de isso acontecer é… quase improvável! Pelo que nos cabe fazer a nossa parte. Tu podes pensar: «Mas isso é um grão de areia num deserto»; e eu contraponho: «Pensa antes: "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e acrescento: «Como Gandhi dizia: "Acreditar em algo e não o viver é desonesto", eu diria mais: Quem faz o que nos outros critica é mais do que hipócrita, é viver com um estranho desprezível dentro de nós. Quem quer viver assim?».
Também diziam que era impossível fazer o que Gandhi fez, certo? Então, mais não digo...
ND - Inês Fernandes respondeu ao convite dirigido aos leitores de Ciência Hoje para escreverem sobre este dia. Os textos e opiniões nele expressos são da responsabilidade dos seus autores.
*Profissão: Assistente Administrativa; Formação Académica: Curso Superior de Línguas e Secretariado e Licenciatura em Sociologia; Não fundamentalista, mas pela Paz, pelo respeito por outras crenças e diferentes culturas; não feminista, mas pela Humanidade; citadina, mas pelo respeito pela Natureza...
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