segunda-feira, junho 09, 2008

José Mário Branco canta soneto de Camões




Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - José Mário Branco


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Dia de Camões e de Portugal

Camões e a tença


Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.

Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.

E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.

Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.

Este país te mata lentamente.


Sophia de Mello Breyner Andresen, Grades (1970)

Uma agonia chamada Museu Nacional de História Natural

Publicamos o seguinte post, do Professor Doutor Galopim de Carvalho (com foto minha, numa actividade, em 2005, na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria), alusivo ao Dia Mundial dos Museus e retirado do seu interessantíssimo Blog Sopas de Pedra:


No momento que estamos a viver, um momento particularmente preocupante para a vida dos museus sedeados na Escola Politécnica, e a fim de colocar responsabilidades nos seus respectivos agentes, é oportuno recordar um desabafo que publiquei, na introdução do volume nº 15 de “GAIA”, a Revista de Geociências do Museu Nacional de História Natural, de há oito anos (*), era eu ainda director desta instituição da Universidade de Lisboa.

COM UM QUADRO DE PESSOAL EM EXTINÇÃO, um orçamento estatal praticamente inalterado desde 1985 (há 15 anos) e as conhecidas e deploráveis condições em que se encontra, o Museu Nacional de História Natural sobrevive e teima em afirmar a sua vocação de entidade promotora de investigação e de divulgação científicas, cuja obra, conhecida pelos seus pares nacionais e estrangeiros e pelo público português, lhe conferem um prestígio que contrasta com a atenção que lhe tem sido dispensada pela Administração. Uma tal situação, que caracteriza o seu dia-a-dia no seio da maior Universidade do País, arrasta-se sem esperança de solução, desde o incêndio da Faculdade de Ciências, há vinte e dois anos. Uma tragédia que não só o destruiu em grande parte, como o privou do convívio vivificante dessa Faculdade, de que era estabelecimento anexo. Vinte e dois anos de luta empenhada, com muito trabalho realizado dentro e fora dos seus espaços esventrados, vazios e em tosco, sem qualquer eco por parte dos sucessivos governos, num desinteresse só explicável pela tradicional falta de cultura científica dos portugueses, incluindo governantes, com a natural e óbvia excepção de um ou outro oriundo do sector científico. No que toca a sua tutela mais directa, é justo lembrar a muita simpatia que sempre lhe foi dispensada pelos sucessivos reitores que, sem excepção e na medida das suas também poucas possibilidades, nos foram e vão dando respostas pontuais a muitas das solicitações que lhes foram e são dirigidas. Nunca, porém, a Universidade assumiu frontal, empenhada e visivelmente qualquer acção de fundo no sentido de inverter este deslizar para o fim, revalorizando um património científico e cultural que herdou da velha Escola Politécnica, a caminho de dois séculos ao serviço das Ciências da Natureza. Com o peso enorme que tem, e de que se não se dá conta, a Universidade de Lisboa, com os seus milhares de alunos e professores, muitos destes personalidades de elevada posição no tecido social e político, não teria dificuldade em mobilizar a opinião pública e assim pressionar o poder a fazer aquilo que ele nem se lembra que também faz falta aos portugueses. Continuamos, assim, a gerir a crise, agora com encorajamentos à produção de receitas próprias, numa política talvez inspirada de cima mas que esquece os deveres do Estado na promoção cultural dos seus cidadãos. Neste quadro é lícito admitir que a Universidade de Lisboa, no seu todo, enorme na dimensão e nas suas múltiplas e vastas preocupações e sensibilidades, tem vindo a arrastar, como um fardo, este seu valioso sector de investigação e de contacto com o grande público, que só não deixa cair porque isso, vergonha das vergonhas, seria a negação inaceitável da sua própria essência.

COM OUTRA HISTÓRIA, bem mais recente, mas igualmente triste, o Museu de Ciência tem sido, desde o seu início, o nosso companheiro nesta travessia do deserto. Detentor de invulgar património científico e cultural como são, por exemplo, a sua preciosa biblioteca, com primeiras edições de grandes nomes da Ciência, com o seu magnífico laboratório de Química, única relíquia do séc. XIX, e com um trabalho pedagógico igualmente notável, esta outra dependência da Universidade de Lisboa, não está melhor do que nós e, igualmente, desespera. Há, pois, que encontrar uma solução para estes Museus, de preferência com a Universidade, mas, se necessário, fora dela. É uma responsabilidade da nossa geração, universitários, governantes, cidadãos em geral. Todos seremos julgados pelo quase nada que fizemos e pelo muito que deixámos por fazer.

NO DIA MUNDIAL dos museus, data que sempre recordamos mas não festejamos, aqui fica a expressão do desencanto e da mágoa de quem sente que sai derrotado após quarenta anos ao serviço da Universidade, um terço dos quais neste Museu, com a enorme frustração de não ter podido ou sabido levar a bom termo esta causa.

(*) 18 de Maio de 2000

Portugal, país de poetas e poesia

Vamos hoje iniciar uma série de posts sobre poetas portugueses e a sua poesia, pois, na véspera do Dia de Portugal (somos o único país do Mundo que comemora o nascimento de um poeta - zarolho e tudo - como o seu maior cidadão...) e pouco antes de se comemorarem os 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa (já no próximo dia de S.º António) há que celebrar as palavras e as ideias dos portugueses que se tornaram imortais... Pois se a euforia de uns tipos que fazem poesia com os pés (e a cabeça...) nos faz esquecer o quão fundo batemos enquanto nação, há que pegar na Poesia e recordar o que de facto interessa.




Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!


in Mensagem, Fernando Pessoa

domingo, junho 08, 2008

Sismo na Grécia - notícia no Público

Abalo de 6,5 na escala de Richter
Grécia: sismo no Peloponeso mata duas pessoas e fere mais de 30
08.06.2008 - 18h47 Agências

O violento sismo de 6,5 na escala de Richter que abalou hoje a península grega de Peloponeso, no sul do país, matou duas pessoas e feriu pelo menos trinta, provocando ainda vários danos em habitações.

Um homem de cerca de 60 anos foi esmagado pelo tecto da sua casa, em Kato Achaïa, a noroeste do Peloponeso. Na mesma zona, uma mulher de 80 anos morreu com uma paragem cardíaca, na sequência do sismo.

De acordo com as entidades que estão a prestar auxílio nas regiões afectada, até ao momento há pelo menos trinta feridos, a maior parte com fracturas.

O abalo, que se sentiu em várias zonas, chegando mesmo a Atenas, aconteceu às 15h25 locais (12h25 de Lisboa), a 205 quilómetros a oeste da capital, de acordo com o Instituto Geodinâmico do Observatório de Atenas.

“O sismo foi terrível, nunca se tinha sentido tanto apesar de estarmos acostumados a este tipo de fenómenos. Durou muito tempo e todos saíram para a rua”, disse à televisão pública Net o presidente da Câmara Municipal de Pyrgos, Georges Paraskevopoulos.

Quando a danos materiais, algumas testemunhas referiram que a principal igreja da cidade sofre “grandes estragos” e que os edifícios do centro, os mais antigos, ficaram com muitas fissuras.

Além disso, a circulação foi cortada em Diakopto, devido a um desabamento que afectou também a linha de comboio, e várias localidades ficaram sem electricidade, o que tem dificultado as comunicações.

As autoridades já alertaram que são de esperar réplicas fortes do sismo nos próximos dias e apelaram ao sangue frio dos gregos para evitar cenas de pânico como as deste domingo.

Uma equipa de especialistas em estruturas começou entretanto a verificar o estado das escolas para garantir que os alunos não correm perigo.


in Público on-line - ler notícia

sábado, junho 07, 2008

Actividade - Noite no LABORATORIUM‏


Do Visionarium, em Santa Maria da Feira (um dos melhores Centros de Ciência do nosso país...) recebemos o pedido de divulgação da seguinte actividade:

(clicar para aumentar)

quinta-feira, junho 05, 2008

Dia Mundial do Ambiente

Recordemos o dia de hoje com um poema de Torga:



A um Negrilho


S. Martinho de Anta, 26 de Abril de 1954

Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.

Esse poeta és tu, mestre da inquietação
Serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!


Miguel Torga in Diário VII (1956)

terça-feira, junho 03, 2008

Homenagem ao Professor Doutor António Ferreira Soares

A TERRA: CONFLITOS E ORDEM

Colóquio de homenagem ao Professor Doutor António Ferreira Soares

Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra
8 de Novembro de 2008


A Ciência faz-se de ideias criativas e de saberes acumulados pacientemente, a que a modéstia, a reflexão e a capacidade de trabalho não são alheias. Como melodias ou estilos que passam de moda, os contributos científicos têm o seu tempo, para depois se diluírem no património anónimo que detém cada ramo do saber. Deste contínuo sobressaem esteios, sobre os quais repousam as marcas indeléveis deixadas por personalidades marcantes, cujo carácter, erudição e obra contribuíram de modo expressivo para o progresso de um domínio do conhecimento.

Tais factos ditam a presente homenagem, merecida por quem labuta há mais de meio século nas entrelinhas do livro da Terra, descochando novelos do grande e intricado nó górdio que é a Geologia de Portugal. O seu estilo e saberes são conhecidos por todos aqueles que fizeram das ciências geológicas e geográficas o seu modus operandi, muitos dos quais antigos alunos ou orientandos, nos quais se arraigaram raízes e laivos profundos do leitmotiv que o Mestre sempre procurou imprimir.

Assim desponta este convite à comunidade científica e ao universo escolar português, para um convívio singelo na Universidade de Coimbra, em torno de um justo tributo ao Professor Doutor António Ferreira Soares e ao seu papel incontornável, sempre cumprido de forma entusiasta, em prol da ciência e do ensino.

Seminário "Paisagens Geológicas da Nazaré"


Paisagens Geológicas da Nazaré:
Encontros do Mar, da Terra e das Gentes


12 a 14 de Junho 2008

CINE-TEATRO DA NAZARÉ


Estância de veraneio afamada e dilecta, sítio de romarias em que a história e a lenda se abraçam, areal de faina secular em que o pitoresco do espaço e das gentes mereceu a pena talentosa de Ramalho Ortigão,a Nazaré é também o ponto nevrálgico de uma região de rara beleza e imponência naturais,onde se concentram numerosos locais de importância geológica e arqueológica.

Nessa senda e com o intuito de estimular o interesse do público em geral, pelo riquíssimo património histórico e natural da Nazaré, propomos o ensejo de um momento diferente,em sã convivência com membros da comunidade científica nacional, cujos estudos têm vindo a focar temáticas de interesse local e regional, nos domínios das Ciências da Terra.

O Seminário Paisagens geológicas da Nazaré:encontros do mar, da terra e das gentes surge, de igual forma, como um meio de estimular o conhecimento dos mais jovens sobre as curiosidades naturais da sua Terra, para que melhor a apreciem e aprendam na leitura dos seus recantos milenares.

domingo, junho 01, 2008

Dia Mundial da Criança

Dormindo

Miniatura


Pois eu gosto de crianças!
Já fui criança também…
Não me lembro de o ter sido;
Mas só ver reproduzido
O que fui, sabe-me bem.

É como se de repente
A minha imagem mudasse
No cristal duma nascente,
E tudo o que sou voltasse
À pureza da semente.


Miguel Torga in Diário VIII (Coimbra, 11 de Abril de 1957)

Crise sísmica no Faial - Açores

Transcreve-se neste post a última notícia publicada na página do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos, das várias já ali colocadas sobre o assunto em título.

"O Sistema de Vigilância Sismovulcânica dos Açores informa que a actividade sísmica registada na Ilha do Faial desde o dia 20 de Maio, no sector leste da ilha, na estrutura tectónica denominada Graben de Pedro Miguel, se mantém acima do normal.
A partir do início do dia 26 verificou-se um ligeiro incremento na frequência horária. Os eventos registados continuam a ser de fraca magnitude (menor que 2 na escala de Richter), não havendo informação de qualquer um ter sido sentido pela população . Face à localização epicentral sismos de magnitude ligeiramente mais elevada poderão vir a ser facilmente sentidos pela população. Nova informação será fornecida sempre que necessário. "

Tenho conhecimento de apenas 2 eventos terem sido sentidos pela população e com intensidade máxima de III na Escala de Mercalli.

A calma é a melhor conselheira de comportamentos nestes casos, bem como o respeito pelas tradicionais regras de segurança que habitualmente são difundidas pela Protecção Civil.


ADENDA: à informação deste post, do interessantíssimo Blog GEOCRUSOE, pode acrescentar-se o seguinte texto, de 01/06/2008 às 12.00 horas, do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos:

Continua a registar-se actividade sísmica na ilha do Faial

A actividade sísmica registada na Ilha do Faial desde o dia 20 de Maio, no sector leste da ilha, na estrutura tectónica denominada Graben de Pedro Miguel, mantém-se acima do normal e estacionária.

Durante o dia 31 o número de eventos foi semelhante aos dos dias anteriores. Os eventos registados continuam a ser de fraca magnitude, assinalando-se o ocorrido às 21.56 horas (locais).

Face à localização epicentral, mantém-se a possibilidade de sismos de magnitude ligeiramente mais elevada continuarem a ser facilmente sentidos pela população.

O SIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação. Novos comunicados serão emitidos sempre que necessário.

Nova informação será fornecida sempre que necessário.

NOTA: mais informações em "Actividade sismovulcânica"

Música dos Sigur Rós - a Islândia em toda a sua pureza...

Sigur Rós - Glósóli



Glósóli - Glowing sole

Now that you're awake
Everything seems different
I look around
But there's nothing at all

Put on my shoes,
I then find that
She is still in her pyjamas
Then found in a dream
I'm hung by (an) anticlimax

She is with the sun
And it's out here

But where are you...
Go on a journey
And roam the streets
Can't see the way out
And so use the stars
She sits for eternity
And then climbs out
She's the glowing sole
So come out I awake from a nightmare
My heart is beating
Out of control...

I've become so used to this craziness
That it's now compulsory
And here you are...
I'm feeling...
And here you are, Glowing sole...
And here you are, Glowing sole...
And here you are, Glowing sole...
And here you are...

Tradução de islandês para inglês tirada daqui

Pedras em corte…

O título deste artigo é apenas um pretexto para observar como é a estrutura interna dos agregados globulares de wavellite. Trata-se de uma imagem de mais um exemplar de Mauldin, Arkansas.

Agregado globular de cristais de wavellite, corte polido com 2 cm, Mauldin Mountain, Arkansas, EUA.

Colecção de Ricardo Pimentel e foto de William Wall.


Roubado ao Blog Pedras Soltas, post do colega Ricardo Pimentel

VIII Feira de Minerais, Rochas e Fósseis da Escola Correia Mateus


Irá decorrer, na Escola Sede do Agrupamento de Escolas dr. Corria Mateus, mais uma feira de minerais - a VIII Feira de Minerais, Rochas e Fósseis da Escola Correia Mateus. Esta será apenas para os alunos do Agrupamento, em particular os da Escola Sede (embora caso haja interessados possamos abrir uma excepção...).

Organizada pelo Departamento de Ciências Físicas e Naturais da Escola, terá a presença da empresa Minermós e do seu gerente José Teixeira, a quem agradecemos a disponibilidade e simpatia com que faz estas coisas.

sábado, maio 31, 2008

Bem dizia a Ministra da Educação - nada de chumbos...

Estudo norte-americano
Crianças expostas a chumbo podem ser adultos mais violentos
30.05.2008 - 19h59 PÚBLICO

Cientistas norte-americanos concluíram que as crianças expostas a grandes quantidades de chumbo podem ser adultos mais violentos. O estudo foi publicado hoje na página online da revista "Plos Medicine" e é o resultado de uma investigação com quase 30 anos.

A investigação foi feita no estado do Ohio em bairros pobres da cidade de Cincinnati. Escolheram-se estes bairros porque tinham casas antigas com concentrações altas de chumbo.

Entre 1979 e 1984 foram feitas análises de sangue a mais de três centenas de recém-nascidos para medir a concentração do metal. As crianças foram seguidas até aos seis anos e meio, com análises regulares. Depois de atingirem os 18 anos obtiveram-se os registos de detenção de 250 indivíduos.

"O aumento dos níveis de chumbo no sangue antes do nascimento e durante a pequena infância estão associados a mais processos judiciais e crimes violentos", informa no trabalho a equipa de investigadores liderada por Kim Dietrich, da Universidade de Cincinnati.

Cerca de 55 por cento dos 250 indivíduos estiveram presos. Por cada cinco microlitros por decilitro de chumbo a mais no sangue, durante a infância, a probabilidade dos indivíduos serem detidos por actos de violência aumenta em 50 por cento.

Sabe-se que o chumbo é um metal tóxico que tem um impacto no sistema nervoso durante o desenvolvimento das pessoas. A diminuição do coeficiente de inteligência, uma menor tolerância à frustração, um deficit na atenção e hiperactividade são alguns dos efeitos da substância.


in Público - ler notícia

Notícia do Público sobre um grupo de pterossauros

Voavam mas preferiam o chão
30.05.2008, Teresa Firmino

Entre os pterossauros, estavam as maiores criaturas que já cruzaram os céus. Desde os anos 70 que os cientistas estão intrigados quanto ao modo de vida destes monstros. Como caçavam as presas? Em voo picado sobre mares e lagos?

Eram répteis voadores do tempo dos dinossauros e, tal como eles, extinguíram-se há 65 milhões de anos. Dominavam os céus e alguns chegavam a ter dez metros bem medidos de uma ponta à outra das asas, como uma avioneta. Supunha-se que praticamente todos os pterossauros eram criaturas de hábitos aquáticos, como as gaivotas ou pelicanos de agora: voariam sobre os lagos e oceanos à procura de comida e, mal avistassem a potencial refeição, zás, apanhavam-na da água em pleno voo e seguíam com ela no bico. Pois supunha-se erradamente. Havia um grupo de pterossauros gigantes - alguns dos seus representantes eram mesmo os maiores animais que alguma vez voaram na Terra - que estava muito bem adaptado à vida em terra firme. Eram (e agora não se assuste com o nome aportuguesado) os azhdarquídeos.
Se quisermos perceber como era o modo de vida destas avionetas pré-históricas, não devemos imaginá-las como as gaivotas ou pelicanos modernos, mas um pouco como as cegonhas. Caçavam as presas em terra firme, baixando o bico para as apanhar, e estavam bem apetrechados para essa vida terrestre, revela uma equipa de cientistas britânicos na última edição da revista PLoS ONE, de acesso livre na Internet.

Nove espécies
Mark Witton e Darren Naish, da Universidade de Portsmouth, estudaram o esqueleto de fósseis de azhdarquídeos na Grã-Bretanha e na Alemanha, viram pegadas deles na Coreia do Sul e ainda leram um sem-fim de artigos científicos com as descrições de fósseis espalhados por todo o mundo. Este grupo específico de pterossauros, sem dentes, encontrava-se distribuído por toda a Terra, durante o período do Cretáceo, entre há 140 e 65 milhões de anos. "O nosso magro orçamento para investigação não nos permite viajar de avião à volta do mundo...", diz-nos Mark Witton por e-mail.
Neste momento, conhecem-se nove espécies de azhdarquídeos, umas muito grandes, outras nem tanto. O Hatzegopteryx era a maior, com os seus exemplares a atingirem três metros de altura até ao ombro, um bico de dois metros e uma envergadura de asas de 10 a 12 metros. Na imagem, podemos ver bem a diferença de tamanho em relação a um humano, como mostra a fotografia de Mark Witton ao lado da criatura monstruosa. Ela rivalizava mesmo com qualquer girafa em termos de altura. Outro distinto representante dos azhdarquídeos, o Quetzalcoatlus, não ficava muito atrás, com cerca de dez metros de envergadura de asas.
Voavam, tal como os outros pterossauros, só que também se sentiam bastante confortáveis cá em baixo. A sua anatomia bastante bizarra não ajudava muito os paleontólogos a perceber qual era a forma de vida destes pterossauros. Tinham pescoços muito compridos e rígidos, crânios enormes e patas longas. Apesar de serem autênticas avionetas pré-históricas, as asas eram proporcionalmente curtas.
"Como ninguém olhava realmente para a sua ecologia com atenção, os paleontólogos tinham dificuldade em perceber como é que os azhdarquídeos se alimentavam. Também não ajudava o facto de não haver nenhum animal que realmente se pareça com eles, por isso não há nada que permita fazer comparações directas", conta Mark Witton. Actualmente, os seus análogos mais próximos são, por exemplo, as referidas cegonhas.
"Os azhdarquídeos tornaram-se razoavelmente conhecidos nos anos 70, mas a forma como viviam tem sido alvo de muito debate. Originalmente, foram descritos como necrófagos, como os abutres, depois disse-se que escarafunchavam a lama, enfiando os longos bicos no chão à procura de presas. Mais tarde, sugeriu-se que ganhavam a vida a voar sobre a superfície da água, de onde apanhavam peixe", explica Darren Naish, num comunicado da revista científica.
"Foram ainda sugeridos outros estilos de vida, mas todos pareciam tão radicalmente diferentes que eu e o Mark nos sentámos a examinar cuidadosamente as provas e concluímos que os azhdarquídeos eram caçadores terrestres especializados. Todos os pormenores da sua anatomia e o ambiente em que os fósseis foram encontrados mostram que ganhavam a vida a andar a pé, baixando-se para apanhar animais e outras presas", acrescenta Naish.
Uma prova a favor do estilo de vida terrestre está precisamente nas camadas geológicas onde foram descobertos os fósseis: embora alguns estivessem em sedimentos costeiros e marinhos, a maioria foi recuperada de ambientes terrestres, o que sugere que era aí que passavam grande parte do tempo.
Pés relativamente pequenos - mas almofadados, apropriados à caminhada - é outra prova desse estilo de vida. "Os pés pequenos dos azhdarquídeos não eram bons para chapinhar nas margens dos lagos ou para nadar, em caso de aterrarem na água. Mas eram excelentes para se pavonearem a pé", afirma Naish. "Comeriam pequenos animais e até fruta. Como tinham um crânio com mais de dois metros de comprimento, eram capazes de comer dinossauros do tamanho de uma raposa."
Todos os azhdarquídeos, sem excepção, gostavam de andar a pé. "As nossas observações foram feitas principalmente em animais pequenos. Só se conhecem alguns ossos dos azhdarquídeos maiores. Porém, esses ossos são muito, muito semelhantes aos das espécies mais pequenas, por isso pensamos que também eram parecidos noutros aspectos", explica-nos Mark Witton.

250 quilos no ar
A equipa estudou ainda os movimentos possíveis dos seus pescoços pouco flexíveis. "No passado, este pescoço estranhamente rígido era um problema na procura de outras ideias para o estilo de vida dos azhdarquídeos. Mas encaixa perfeitamente no nosso modelo, porque tudo quanto precisam de fazer era levantar e baixar o bico do chão", sublinha Naish.
Quanto pesariam os maiores pterossauros, aqueles que tinham as asas de uma avioneta e a altura de uma girafa? "O tamanho dos maiores azhdarquídeos é controverso, com alguns peritos em pterossauros a dizerem que pesavam apenas 50 quilos. No entanto, a minha investigação indica que estas estimativas são muito, muito baixas. Provavelmente pesavam cerca de 250 quilos", responde Witton.
E todos voavam, mesmo os maiores? "Yup, voavam. Até o maior, com 250 quilos e mais de dez metros de envergadura de asas, tinha características apropriadas no esqueleto que sugerem que podia voar. Os modelos aerodinâmicos confirmam-no. Por isso, estamos bastante confiantes de que poderiam voar com facilidade."
Os pterossauros, em geral, coexistiram no tempo com os dinossauros. Surgiram no planeta há cerca de 225 milhões de anos e desapareceram quando a colisão de um meteorito com a Terra extinguiu muitas formas de vida. Foram os primeiros vertebrados a voar e, naqueles milhões de anos todos, mantiveram-se como os principais predadores dos ares. Nunca mais houve criaturas tão grandes nos céus. De forma simples, a diferença entre pterossauros e dinossauros, ambos répteis, é que uns voavam, outros não. "Os pterossauros são parentes próximos dos dinossauros, mas não são dinossauros. Um dinossauro que voa é uma ave", esclarece Witton, para que se acabe de vez com as confusões.


in Público - edição impressa (link não disponível)

Notícia sobre o Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa

Plano tem três fases, a primeira é de socorro
Plano de Emergência de Risco Sísmico da área de Lisboa envolve 65 entidades públicas e privadas
30.05.2008 - 14h51 Lusa

O Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes envolve mais de 65 entidades privadas e estatais, entre empresas e forças de segurança, bases aéreas além da sociedade civil.

Este Plano de Emergência engloba empresas de fornecimento de serviços como electricidade, água, comunicações, transportes para além das forças e serviços de segurança e inclui as forças armadas.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) divide em três fases o plano de emergência, sendo a primeira a de socorro, com principal enfoque no salvamento de vidas humanas, seguida pela fase sustentada, que visa iniciar medidas de recuperação e reabilitação, e por último a fase de recuperação com o objectivo do restabelecimento e normalização das diferentes áreas.

Em caso de catástrofe e durante as primeiras horas a ANPC considera que as populações terão um papel preponderante, "enquanto socorristas de si mesmas", e a colaboração "solidária e espontânea manifestada pelas comunidades em grupos de voluntários".

As entidades foram contactadas para a elaboração deste documento, que está em permanente actualização.

A EPAL recebeu "uma carta a convocar para uma reunião" e o Metropolitano de Lisboa vai integrar "como observador" o exercício programado para hoje, disseram à Lusa fontes das empresas.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) está hoje a testar cenários, ocorrências, estruturas de comando e controlo num simulacro de sismo ocorrido em Benavente que originou desabamentos, mortos, feridos, explosões e "muitos problemas".

O primeiro exercício de três, este denominado Prociv III/2008, visa testar a operacionalidade do Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS AML CL), e teve início na tarde de quinta-feira, simulando um sismo, de magnitude 6.3 na escala de Richter.

O cenário fictício criado tem por base o sismo de 1909, que ocorreu em Benavente, com "avultados danos materiais e humanos" e abrange mais de cinco mil edifícios, dos quais três centenas e meia colapsados, 348 mortos, quase 4 mil pessoas desalojadas e mais de 11 mil feridos, disse a comandante operacional, Patrícia Gaspar.

A ANPC irá realizar mais dois exercícios designados por Livex, um a nível nacional em Novembro deste ano já com forças operacionais no terreno, e o último em Maio de 2009 onde irá testar a articulação de Portugal com outros países no âmbito da ajuda internacional.

A composição e a articulação das forças no terreno passam por Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS), de Busca e Salvamento (EBS), Triagem (ETR), Assistência Pré-Hospitalar (EAPH), Evacuação, entre outras envolvendo a mobilidade através de helicópteros, motos e veículos de todo-o-terreno.

As forças e serviços de segurança, [GNR, PSP] têm a responsabilidade de cumprir missões relacionadas com segurança, escolta, apoio, manutenção de ordem pública, entre outras funções atribuídas a estas entidades.

No caso das Forças Armadas está prevista a intervenção de apoio à evacuação, a disponibilização de meios navais, terrestres e aéreos de acordo com as solicitações do comando das.

As bases aéreas de Beja, Tancos e Monte Real terão a função de Zonas de Recepção de Reforços (ZRR), para receberem os meios internacionais de ajuda de emergência, conforme o Anexo I do PEERS AML CL.

O Plano "nunca está fechado" nem é o definitivo, explicou o gabinete de comunicação da ANPC à Lusa.


in Público -ler notícia

sexta-feira, maio 30, 2008

Joana de Arc - OMD

Sismo - Islândia

Epicentro foi localizado a 50 quilómetros da capital
Islândia: pelo menos 28 feridos e danos ligeiros após sismo de magnitude 6,2
30.05.2008 - 09h11 Agências

Um sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter abalou o sul da Islândia, informaram hoje os serviços geológicos norte-americanos.

O abalo danificou estradas e edifícios da ilha, causou ferimentos ligeiros a 28 pessoas e provocou o derrube de vivendas na pequena localidade de Selfoss, sudeste de Reiquejavique, informou o canal de televisão RUV.

O epicentro do sismo foi localizado precisamente em Selfoss, a cerca de 50 quilómetros da capital, a uma profundidade de dez quilómetros, de acordo com os serviços norte-americanos. O terramoto, ocorrido ontem à tarde, também se fez sentir na capital e em diversos pontos do país. Habitantes na capital sentiram os prédios a oscilar com o sismo e a estrada entre Reiquejavique e Selfoss foi encerrada devido aos danos causados pelo terramoto

A ilha vulcânica da Islândia, com uma população de 300 mil habitantes, localiza-se na dorsal mesoatlântica, uma zona de grande actividade sísmica.

Turismo e Sustentabilidade - Campus da Caparica



Programa

PROGRAMA - 31 de Maio (Sábado)

09h00m | Boas Vindas

Coordenador do DEA Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Presidente do DCEA-FCT-UNL
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09.30-10.00 | Plano Estratégico Nacional para o Turismo

Dra. Carla Simões

(Instituto do Turismo de Portugal /Minist. da Economia e da Inovação)

10.00-10.30 | Agenda para a Sustentabilidade e Competitividade do Turismo

O que é? Para que serve? Como se aplica?

Dra. Apolónia Rodrigues

(TSG -Tourism Sustainability Group e Turismo de Évora)

10.30-11.00 | Intervalo

11.00-11.30 | Rede Europeia do Turismo de Aldeia (Genuinland)

Dra. Apolónia Rodrigues

(TSG -Tourism Sustainability Group e Turismo de Évora)

11.30-12.00 | O Turismo nas Agendas 21 Locais do Norte Alentejo

Prof. Doutor João Farinha

(CIVITAS- Centro de Cidades e Vilas Sustentáveis e DCEA-FCT-UNL)

12.00-12.30 | Avaliação Ambiental Estratégica para a Integração da

Sustentabilidade no Turismo

Prof. Doutor Tomás Ramos

(CENSE e DCEA-FCT-UNL)

12.30-13.00 | Estruturas Ecológicas Promotoras de um Turismo Sustentável

Prof. Doutor João Reis Machado e Dr. José Carlos Ferreira

(DCEA-FCT-UNL)

13h00m | Encerramento

Direcção da FCT



Para participar deverá realizar a inscrição por telefone ou por e-mail:
Secretaria de Mestrados - Dep. de Ciências e Engenharia do Ambiente
Telefone: 212 948 399
E-mail: fmnf@fct.unl.pt

Entrada Livre