Abrem-se crateras gigantes que ameaçam cidade da Amazónia brasileira
Buriticupu,
no estado do Maranhão, vive um fenómeno geológico extremo de erosão,
relacionado com chuva intensa, intensa desflorestação e mau planeamento
de obras.
Uma das crateras que ameaça engolir a cidade de Buriticupu
Cerca
de 1200 pessoas, de um total de 55.000 habitantes, correm o risco de
ver as suas casas cair no abismo que se está a alargar.
Imagem captada por drone de uma das enormes crateras que se abriu em Buriticupu
As chuvas arrastam lentamente os solos vulneráveis devido à sua natureza arenosa, mas o
fenómeno acontece devido a uma combinação de obras de construção mal planeadas e desflorestação desregrada.
Estes fenómenos de gigantesca
erosão do solo são conhecidas no Brasil como "voçoroca", ou "boçoroca", palavra de origem indígena que significa "rasgar a terra".
O
problema agrava-se em períodos de chuva intensa, como o atual, disse
Marcelino Farias, geógrafo e professor da Universidade Federal do
Maranhão.
Antónia dos Anjos, que mora em Buriticupu há 22 anos, teme
que mais buracos apareçam em breve. "Tem esse perigo bem na nossa
frente, e ninguém sabe onde esse buraco está se abrindo por baixo",
disse a senhora de 65 anos.
O engenheiro e secretário de obras públicas de Buriticupu, Lucas Conceição, disse que o município claramente não tem capacidade para encontrar soluções para a complexa situação destas crateras. "Os problemas vão desde os processos de erosão até a remoção de pessoas que estão na área de risco", disse.