Comunistas reagem três dias depois da atribuição do prémioPCP: distinção de Liu Xiaobo é “mais um golpe na credibilidade” do Nobel
Liu Xiaobo e a mulher Liu Xia numa fotografia divulgada pela família do dissidente
Três dias depois da atribuição do Prémio Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo, o PCP acabou por reagir à distinção considerando que se tratou de “mais um golpe na credibilidade” do galardão.
Num curto comunicado enviado hoje às redacções, e divulgado “face a solicitações de vários órgãos de comunicação social”, o gabinete de imprensa do PCP defende que a atribuição do Nobel a Liu Xiaobo é “inseparável das pressões económicas e políticas dos EUA à República Popular da China”.
De acordo com os comunistas portugueses, a escolha do dissidente chinês “é, na linha da atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2009 ao Presidente dos EUA, Barack Obama, mais um golpe na credibilidade de um galardão que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre os povos”.
Liu Xiaobo, um professor de Literatura de 54 anos, foi distinguido na sexta-feira com o Nobel da Paz 2010 “pela sua longa e não violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China”. O prémio, cuja notícia foi censurada na China (o governo bloqueou a secção sobre o Nobel da Paz na página oficial dos prémios atribuídos pela Academia sueca), foi ainda justificado pelo comité Nobel por Liu ser “um forte porta-voz na aplicação dos direitos humanos fundamentais também na China”, considerando-o mesmo um “símbolo” desta luta.
Liu só teve conhecimento que é o Nobel da Paz depois da sua mulher, Liu Xia, o ter visitado na prisão, onde cumpre uma pena de 11 anos de prisão por “subversão” por ter redigido, juntamente com outros activistas, um manifesto em 2008 – conhecido como a Carta 08 – reclamando liberdade de expressão e eleições multipartidárias na China.
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segunda-feira, outubro 11, 2010
Três dias para engolir um sapo é muito tempo, mesmo para o PCP
Postado por Fernando Martins às 19:49 0 bocas
Marcadores: direitos humanos, engolir sapos, PCP, Prémio Nobel
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