Essas viagens tinham como objetivo garantir que a população negra
tivesse liberdade de sentar em qualquer lugar nos autocarros nas viagens
interestaduais. O movimento chamava a atenção para a ilegalidade desta
segregação, ao não serem aplicadas as decisões do Supremo Tribunal dos Estados Unidos obtidas no caso de Irene Morgan contra o Estado da Virgínia, em 1946, e no caso Boynton vs. Virgínia em 1960, que legislava que a segregação dos negros em autocarros públicos era inconstitucional.
Os estados da região sul ignoravam essas decisões e o Governo Federal dos Estados Unidos não fazia nada que garantisse o direito da população negra de se sentar em qualquer lugar nas viagens interestaduais. A primeira viagem da liberdade partiu de Washington, D.C. em 4 de maio de 1961, e tinha chegada prevista em Nova Orleans para o dia 17 de maio.
Os Viajantes da Liberdade desafiaram o status quo viajando em autocarros interestaduais para o sul em grupos raciais mistos para protestar contra as leis e os costumes que impunham a segregação nos assentos. Os Viajantes da Liberdade e as reações violentas que suas ações provocaram serviram para aumentar a credibilidade do movimento dos direitos civis americano. Eles chamaram a atenção nacional para o desrespeito das leis federais e da violência local utilizada para garantir a segregação racial no sul dos Estados Unidos. A polícia estadual prendeu estes viajantes por diversas infrações, entre elas reunião ilegal e violação das Leis de Jim Crow juntamente com outros supostos crimes.