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sexta-feira, setembro 27, 2024
Ramalho Ortigão morreu há 109 anos...
Estátua de Ramalho Ortigão por Leopoldo de Almeida (Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha)
José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, 24 de outubro de 1836 - Lisboa, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português.
José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso.
Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de
artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de D. Antónia Alves Duarte
Silva Ramalho Ortigão.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a
educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em
Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito, começando a trabalhar
como professor de francês no colégio da Lapa, no Porto, de que seu pai
era diretor, e onde ensinou, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge. Por essa altura, iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto.
Em 24 de outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.
Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto "Literatura de hoje", acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde, por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água.
No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris,
primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua
situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga
para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.
Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marca o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre.
Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer
o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho
Ortigão a redigir sozinho As Farpas.
Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70.
Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa
geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das
sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos
com as luzes europeias do progresso material, porém, numa
segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de
um "reaportuguesamento de Portugal". É dessa segunda fase a
constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido.
À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num
último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido, significativamente, eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".
Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado.
Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo
Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda,
escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República "engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas,
foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito
rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina
capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão,
em As Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".
Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914, dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano:
"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à
orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas
respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do
respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a
inclinar-se rendidamente à elite dos novos".
Vítima de cancro, recolheu-se na Casa de Saúde do Dr. Henrique de
Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em
27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na
Freguesia da Lapa.
Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Ordem da Rosa, no
Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi
Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho
dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia,
da Academia das Belas-Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro,
e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha,
foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica e foi membro
da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da
Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e
da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 01:09 0 bocas
Marcadores: D. Carlos I, dignidade, Eça de Queirós, literatura, Monarquia, Questão Coimbrã, Ramalho Ortigão, Vencidos da Vida
quarta-feira, setembro 27, 2023
Ramalho Ortigão morreu há 108 anos...
Estátua de Ramalho Ortigão por Leopoldo de Almeida (Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha)
José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, 24 de outubro de 1836 - Lisboa, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português.
José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso.
Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de
artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de D. Antónia Alves Duarte
Silva Ramalho Ortigão.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a
educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em
Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito, começando a trabalhar
como professor de francês no colégio da Lapa, no Porto, de que seu pai
era director, e onde ensinou, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge. Por essa altura, iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto.
Em 24 de outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.
Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto "Literatura de hoje", acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água.
No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris,
primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua
situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga
para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.
Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marca o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre.
Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer
o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho
Ortigão a redigir sozinho As Farpas.
Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70.
Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa
geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das
sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos
com as luzes europeias do progresso material, porém, numa
segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de
um "reaportuguesamento de Portugal". É dessa segunda fase a
constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido.
À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num
último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido, significativamente, eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".
Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado.
Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo
Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda,
escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República "engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas,
foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito
rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina
capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão,
em As Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".
Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914, dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano:
"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à
orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas
respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do
respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a
inclinar-se rendidamente à elite dos novos".
Vítima de cancro, recolheu-se na Casa de Saúde do Dr. Henrique de
Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em
27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na
Freguesia da Lapa.
Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Ordem da Rosa, no
Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi
Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho
dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia,
da Academia das Belas-Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro,
e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha,
foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica e foi membro
da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da
Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e
da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.
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quarta-feira, outubro 24, 2012
Ramalho Ortigão nasceu há 176 anos
Estátua de Ramalho Ortigão por Leopoldo de Almeida (Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha)
José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, 24 de outubro de 1836 - Lisboa, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português.
José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso.
Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de
artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de D. Antónia Alves Duarte
Silva Ramalho Ortigão.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a
educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em
Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito, começando a trabalhar
como professor de francês no colégio da Lapa, no Porto, de que seu pai
era director, e onde ensinou, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge. Por essa altura, iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto.
Em 24 de outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.
Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto "Literatura de hoje", acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água.
No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris,
primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua
situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga
para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.
Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marca o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre.
Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer
o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho
Ortigão a redigir sozinho As Farpas.
Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70.
Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa
geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das
sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos
com as luzes europeias do progresso material, porém, numa
segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de
um "reaportuguesamento de Portugal". É dessa segunda fase a
constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido.
À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num
último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido, significativamente, eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".
Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado.
Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo
Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda,
escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República "engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas,
foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito
rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina
capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão,
em As Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".
Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914, dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano:
"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à
orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas
respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do
respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a
inclinar-se rendidamente à elite dos novos".
Vítima de cancro, recolheu-se na Casa de Saúde do Dr. Henrique de
Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em
27 de setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na
Freguesia da Lapa.
Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Ordem da Rosa, no
Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi
Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho
dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia,
da Academia das Belas-Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro,
e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha,
foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica e foi membro
da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da
Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e
da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.
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