Escobar começou o que viria a ser uma das mais bem-sucedidas
carreiras criminosas da história na adolescência como ladrão de carros
na cidade de
Medellín,
Colômbia. Ele entrou no negócio da
cocaína e começou a construir seu poderoso império das drogas na
década de 1970. Durante os anos mais prósperos, ele chegou a lucrar cerca de um milhão de
dólares por dia dos seus revendedores.
Na
década de 1980, Escobar tornou-se conhecido internacionalmente e sua rede de distribuição de drogas ganhou notoriedade. Dizem que o
Cartel de Medellín era responsável pela maior parte das drogas que entravam no
México,
Porto Rico e
República Dominicana, com cocaína comprada principalmente do
Peru e da
Bolívia, já que a cocaína colombiana era de qualidade inferior. O produto de Escobar chegou a muitos outros países, principalmente nas
Américas, embora há quem diga que ele conseguiu chegar até mesmo à
Ásia.
Escobar subornou incontáveis membros de governos, juízes e outros
políticos, e muitas vezes executou pessoalmente subordinados
desobedientes. Corrupção e intimidação foram características
predominantes do modo de agir de Escobar. Ele tinha uma estratégia
inescapável conhecida como
plata o plomo, (em
língua portuguesa,
"dinheiro ou chumbo"), que significava que ou a pessoa aceitava o seu
dinheiro ou seria assassinado (o chumbo referia-se às balas). Escobar
foi o responsável pela morte de três candidatos à presidência da
Colômbia, pela explosão do
voo Avianca 203 e do prédio de segurança de
Bogotá em
1989. Alguns analistas acreditam que ele estava por trás do incidente no Supremo Tribunal Colombiano em
1985 que resultou no assassinato de metade dos juízes do Supremo Tribunal por guerrilhas de esquerda. O
Cartel de Medellín também esteve envolvido numa sangrenta guerra pelo controle do tráfico com o
Cartel de Cali
durante quase toda a sua existência. Pablo mandava cartas para suas
vítimas, convidando-as para seus respectivos enterros, e seus executores
matavam-nos precisamente na data marcada para o funeral.
No auge de seu império, a revista
Forbes
estimou que Pablo Escobar seria o sétimo homem mais rico do mundo, com o
seu Cartel de Medellín controlando 80% do mercado mundial de
cocaína. A sua organização tinha aviões, lanchas e veículos caros. Vastas
propriedades e terras eram controladas por Escobar durante esse período,
onde ele ganhava uma soma de dinheiro quase incalculável. Estima-se que
o Cartel de Medellín chegou a lucrar cerca de 30 mil milhões de dólares
por ano.
Enquanto era considerado um inimigo dos governos dos
Estados Unidos e da Colômbia, Escobar era um herói para muitos em
Medellín.
Ele tinha bons relacionamentos e trabalhou para melhorar as condições
de vida da população pobre da cidade. Fã de desportos, é-lhe creditada a ele a
construção de estádios de
futebol e o financiamento de equipas na cidade. Escobar sempre se esforçou para cultivar uma imagem de
Robin Hood
e frequentemente distribuía dinheiro aos pobres. A população de
Medellín costumava ajudar Escobar, escondendo informações das
autoridades ou fazendo o que quer que fosse para protegê-lo.
Em
1992, Escobar voltou-se para o governo colombiano, para evitar sua
extradição para os
Estados Unidos ou seu assassinato pelo cartel rival. Escobar foi "preso" na sua luxuosa prisão particular,
La Catedral,
que ele próprio construiu. Ele negociou um acordo com o governo
colombiano onde ele seria preso por uma sentença de cinco anos e a
garantia de sua não-extradição para os Estados Unidos. Entretanto, a sua
"prisão" parecia muito mais um clube particular ultra-seguro, e ele não
se importou muito com sua sentença, sendo visto várias vezes fora da
prisão: fazendo compras em Medellín, em festas, jogos de futebol e
outros lugares públicos. Após a divulgação de fotos dos seus passeios e
de acusações de que ele teria matado muitos dos seus parceiros de
negócios quando eles iam visitá-lo em
La Catedral, a opinião pública forçou o governo a agir. Quando um oficial do governo tentou transferir Escobar para uma outra prisão, em
22 de julho de
1992, ele fugiu, com medo de ser extraditado para os Estados Unidos.
A guerra contra Pablo Escobar acabou a 2 de dezembro de 1993, no
meio a mais uma tentativa de iludir o
Bloco de Busca, a unidade
operações especiais da
Polícia Nacional da Colômbia. Usando a tecnologia de
triangulação de rádio, uma equipa colombiana de vigilância electrónica, conduzida pelo brigadeiro Hugo Martínez,
encontrou-o escondido num bairro de classe média em Medellín. Com as
autoridades cercando-o, um tiroteio com Escobar e os seu guarda-costas,
Álvaro de Jesús Agudelo (conhecido como "
El Limón"), foi o que se seguiu.
Os dois tentaram fugir correndo pelos telhados de casas adjacentes para
chegar a uma rua atrás, mas ambos foram baleados e mortos pelas forças
policiais colombianas.
Escobar foi atingido por dois tiros na perna, no dorso e por um
tiro fatal através da orelha. Nunca foi provado quem realmente disparou o
tiro fatal na cabeça de Escobar ou determinado se este tiro foi feito
durante a troca de tiros ou como parte de uma possível
execução,
sendo que ainda há uma grande especulação sobre o assunto. Alguns dos
membros da família do traficante acreditam que Escobar poderia ter
cometido
suicídio.
Os seus dois irmãos, Roberto Escobar e Fernando Sánchez Arellano,
acreditam que ele atirou em si mesmo: "Ele cometeu suicídio, não foi
morto. Durante todos os anos que fui atrás dele, ele dizia todos os
dias que se realmente ficasse encurralado, sem uma saída, iria
atirar em si mesmo através dos ouvidos."