Estudo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology
Nuralagus rex, o coelho gigante que viveu na ilha Menorca
Nuralagus rex, o coelho gigante que viveu na ilha Menorca
O Mediterrâneo já teve um coelho gigante. O Nuralagus rex viveu há cinco milhões de anos, na ilha Menorca, do arquipélago das Baleares que hoje pertence à Espanha. O coelho pesava entre 12 e 15 quilos e não saltava. A descoberta feita por uma equipa de investigadores de Espanha foi publicada recentemente na revista Journal of Vertebrate Paleontology.
“Quando encontrei o primeiro osso [do coelho] tinha 19 anos, e não me apercebi do que representava. Pensei que fosse um osso da tartaruga gigante de Menorca”, disse à National Geographic Josep Quintana, um investigador independente que encontrou pela primeira vez fósseis desta espécie no início dos anos de 1990. O estudo actual foi feito com mais dois cientistas do Instituto Catalão de Paleontologia, da Universidade Autónoma de Barcelona.
O coelho faz parte de um conjunto de animais gigantes que povoavam a ilha como uma tartaruga ou um roedor primo do arganaz, que não teriam predadores. De acordo com a lei evolutiva que rege os sistemas insulares, os animais mais pequenos tornam-se maiores do que as versões equivalentes que vivem nos continentes.
Sem predadores e “nestas condições de insularidade, a densidade populacional cresce e a pressão evolutiva concentra-se na competição dos recursos”, explicou a investigadora Meike Köhler, segunda autora do artigo.
Esta competição pelos recursos também passa por alterações anatómicas que fomentam a acumulação de gordura e evitam o gasto energético através da diminuição de tecido nervoso ou a diminuição da locomoção.
No caso deste coelho, os cientistas constaram através dos ossos do crânio que os sentidos do mamífero eram bastante menos desenvolvidos. Os olhos eram mais pequenos e as orelhas eram incomparáveis com as longas orelhas dos coelhos e das lebres.
Os ossos das pernas também foram reveladores: “Acho que o N. rex seria um coelho bastante desajeitado a andar”, disse Quintana. “Imaginem um castor fora de água.”
O coelho faz parte de um conjunto de animais gigantes que povoavam a ilha como uma tartaruga ou um roedor primo do arganaz, que não teriam predadores. De acordo com a lei evolutiva que rege os sistemas insulares, os animais mais pequenos tornam-se maiores do que as versões equivalentes que vivem nos continentes.
Sem predadores e “nestas condições de insularidade, a densidade populacional cresce e a pressão evolutiva concentra-se na competição dos recursos”, explicou a investigadora Meike Köhler, segunda autora do artigo.
Esta competição pelos recursos também passa por alterações anatómicas que fomentam a acumulação de gordura e evitam o gasto energético através da diminuição de tecido nervoso ou a diminuição da locomoção.
No caso deste coelho, os cientistas constaram através dos ossos do crânio que os sentidos do mamífero eram bastante menos desenvolvidos. Os olhos eram mais pequenos e as orelhas eram incomparáveis com as longas orelhas dos coelhos e das lebres.
Os ossos das pernas também foram reveladores: “Acho que o N. rex seria um coelho bastante desajeitado a andar”, disse Quintana. “Imaginem um castor fora de água.”