Machu Picchu (em Portugal também denominado de
Machu Pichu), em
quíchua Machu Pikchu, "velha montanha", também chamada "cidade perdida dos
Incas", é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma
montanha, a 2400
metros de altitude, no vale do
rio Urubamba, actual
Peru. Foi construída no
século XV, sob as ordens de
Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do
Império Inca, quer devido à sua original localização e características
geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em
1911.
Apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi
reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo
encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras
maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas.
Consta de duas grandes áreas: a
agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra
urbana, na qual se destaca a zona
sagrada com
templos, praças e mausoléus reais.
A disposição dos prédios, a excelência do trabalho e o grande número
de terraços para agricultura são impressionantes, destacando a grande
capacidade daquela sociedade. No meio das montanhas, os templos, casas e
cemitérios estão distribuídos de maneira organizada, abrindo ruas e
aproveitando o espaço com escadarias. Segundo a histórica inca, tudo
planeado para a passagem do
deus sol.
O lugar foi elevado à categoria de
Património mundial da
UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interacção com o
turismo por ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru.
Há diversas
teorias sobre a função de Machu Picchu, e a mais aceita afirma que foi um assentamento construído com o objectivo de supervisionar a
economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o soberano
Inca e seu séquito mais próximo, no caso de ataque.
Foi o professor
norte-americano Hiram Bingham quem, à frente de uma expedição da
Universidade de Yale, redescobriu e apresentou ao mundo Machu Picchu em
24 de julho de
1911.
Este antropólogo, historiador ou simplesmente, explorador aficionado
da arqueologia, realizou uma investigação da zona depois de haver
iniciado os estudos arqueológicos. Bingham criou o nome de "a Cidade
Perdida dos Incas" através de seu primeiro livro,
Lost City of the Incas. Porém, naquela época, a meta de Bingham era outra: encontrar a legendária capital dos descendentes dos
Incas,
Vilcabamba, tida como baluarte da resistência contra os invasores
espanhóis, entre
1536 e
1572. Ao penetrar pelo
cânion do
Urubamba,
Bingham, no desolado sítio de Mandorbamba, recebeu do camponês Melchor
Arteaga o relato que no alto de cerro Machu Picchu existiam abundantes
ruínas. Alcançá-las significava subir por uma inclinada ladeira coberta
de vegetação.
Quando Bingham chegou à cidade pela primeira vez, obviamente
encontrou a cidade tomada por vegetação nativa e árvore. E também era
infestada de
víboras.
Embora céptico, conhecedor dos muitos mitos que existem sobre as
cidades perdidas, Bingham insistiu em ser guiado ao lugar. Chegando ao
cume, um dos meninos das duas famílias de pastores que residiam no local
o conduziu aonde, efectivamente, apareciam imponentes construções
arqueológicas cobertas pelo manto verde da vegetação tropical e, em
evidente estado de abandono há muitos séculos.