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Luís Infante de Lacerda de Sttau Monteiro (Lisboa, 3 de abril de 1926 - Lisboa, 23 de julho de 1993) foi um escritor português do século XX.
Com dez anos de idade mudou-se para Londres com seu pai, Armindo Rodrigues de Sttau Monteiro, embaixador de Portugal, e sua mãe Lúcia Rebelo Cancela Infante de Lacerda (São Tomé e Príncipe, 2 de agosto de 1903 - Lisboa, 8 de junho de 1980), sobrinha-bisneta do 1.º Barão de Sabroso e do 2.º Barão de Sabroso. Contudo, em 1943 este último é demitido do seu cargo por Salazar, o que os levou a regressar a Portugal.
Já em Lisboa, licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo trabalhado como advogado por um curto período de tempo, dedicando-se, depois de nova passagem pelo Reino Unido, ao jornalismo.
A sua estadia em Inglaterra, durante a juventude, colocou Sttau Monteiro em contacto com alguns movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica. Na sua obra narrativa retratou ironicamente certos estratos da burguesia lisboeta e aspetos da sociedade portuguesa contemporânea.
Ao regressar a Portugal colabora em diversas publicações destacando-se a revista Almanaque (onde usou o pseudónimo Manuel Pedrosa) e o suplemento A Mosca do Diário de Lisboa. Neste último, cria a secção Guidinha.
Sttau Monteiro estreou-se nas publicações em 1960, com Um Homem não Chora, a que se seguiu Angústia Para o Jantar (1961).
Como dramaturgo destaca-se logo em 1961 com o drama narrativo histórico Felizmente há Luar!, um peça situada na linha do teatro épico. Esta obra foi galardoada com o Grande Prémio de Teatro atribuído pela Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses (atual SPA) mas a sua representação foi, no entanto, proibida pela censura.
Sttau Monteiro foi preso por suspeita de ter colaborado na "Intentona de Beja" de 1962 o que o levou a que voltasse a viver, entre 1962 e 1967, na Inglaterra. Regressado a Portugal, foi preso pela PIDE em 1967, pelas críticas à ditadura vigente e à guerra colonial incluídas nas suas peças satíricas A Guerra Santa (1967) e A Estátua (1967).
Só após a Revolução do 25 de abril a sua peça Felizmente há Luar! foi apresentada nos palcos nacionais. Aconteceu primeiro em 1975 pelo TEB - Teatro Ensaio do Barreiro seguindo-se, em 1978, a representação pela companhia do Teatro Nacional D. Maria II.
Sttau Monteiro foi ainda colaborador de semanários como o Se7e, O Jornal ou Expresso.
Em 1985, o seu romance inédito Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão serviu de argumento à telenovela Chuva na Areia.
Luís de Sttau Monteiro morreu a 23 de julho de 1993, em Lisboa, sendo enterrado no Cemitério de Loures.
A 9 de junho de 1994 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico a título póstumo.