Jack Kevorkian (Pontiac, Michigan, 26 de maio de 1928 - Detroit, 3 de junho de 2011) foi um médico norte-americano.
Kevorkian é mundialmente conhecido pela sua luta para fazer do suicídio assistido um direito de todos. Médico patologista aposentado que inventou a “máquina do suicídio”, deu apoio a mais de 130 doentes terminais dos Estados Unidos para porem fim às suas vidas com a eutanásia, ganhando a alcunha de Dr. Morte.
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Em 1988
construiu uma máquina do suicídio e denominou o aparelho de
"Thanatron" (de thanatos, morte, em grego) que possibilitava aos
pacientes a cometer suicídio apertando um botão que libertava uma série
de drogas no organismo. Após as autoridades médicas de Michigan
revogarem a licença médica de Kervokian em 1991,
não pôde mais prescrever drogas e passou a usar o "Mercytron" (de
mercy, misericórdia, em inglês), aparelho controlado pelo próprio
paciente para libertar monóxido de carbono numa uma máscara
buconasal nos seus suicídios assistidos.
Em junho de 1990 prestou assistência ao suicídio da sua primeira paciente, Janet Adkins, de Portland, Oregon. Ela tinha 54 anos e sofria de Alzheimer. Alguns dias depois, um juiz de Michigan indiciou Kevorkian. Em dezembro de 1990
as denúncias de assassinato contra Kevorkian pela morte de Janet Adkins
foram arquivadas, o que encorajou Kevorkian a ajudar mais de 130
pessoas a morrer.
Um dos casos deixou muitas dúvidas na opinião pública quanto aos
critérios adotados pelo médico. Rebecca Lou Badger, 39 anos, era tida
como portadora de esclerose múltipla.
Morreu assistida por Kevorkian. Feita a autópsia, não foi constatada
qualquer evidência da doença que teria sido utilizada como justificativa
para terminar com a sua vida.
Ações judiciais
Legisladores e promotores tentaram criar obstáculos às ações de Kevorkian. Em 1993
o Poder Legislativo de Michigan criou uma lei que tornava crime alguém
fornecer conscientemente a outra pessoa os meios para cometer suicídio,
com pena de quatro anos de prisão. O Supremo Tribunal de Michigan declarou,
em dezembro de 1994,
que a lei era constitucional. Kevorkian enfrentou julgamento por quatro
vezes, por denúncias de suicídio assistido, sendo absolvido em três
processos e tendo um julgamento anulado, por falhas processuais.
No entanto, em março de 1999,
Kevorkian enfrentou um julgamento por acusações de homicídio em vez de
suicídio assistido. Thomas Youk estava a morrer duma doença que não
lhe permitia, a ele próprio, administrar as drogas, o que teve que ser feito
por Kervokian. O médico documentou a morte do seu paciente em vídeo, que
foi ao ar num dos programas de maior audiência da televisão americana, o
60 Minutes, no dia 22 de novembro de 1998. Kevorkian foi denunciado por homicídio qualificado três dias depois.
Neste julgamento, Kevorkian dispensou o advogado que o havia
defendido nos casos anteriores e insistiu em se defender pessoalmente.
Quando o juiz decidiu que a viúva e o irmão de Thomas Youk não podiam
depor como testemunhas, Kevorkian ficou sem argumentos de defesa e foi
condenado pelo júri, por homicídio simples, a 25 anos de prisão, mas com
direito a liberdade condicional a partir de 2007,
por causa de sua idade avançada. Kevorkian admitiu ter ajudado mais de
130 pessoas a se suicidar, mas insistiu em afirmar que não havia matado
ninguém diretamente.
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