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quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Uma subida ao Pico

Com a devida vénia, publicamos o seguinte post, de autoria do meu amigo guia de montanha Valter Medeiros:

Pois é, na passada Quinta feira (18 de Fevereiro) fiz algo que já não fazia há alguns anos: uma subida ao Pico com neve!

O tempo estava quase perfeito, estávamos na crista de uma alta-pressão, e aproveitámos a janela de bom tempo para dar lá um saltinho.

Tudo começou na quarta-feira, quando o meu irmão, que tem estado cá com a minha cunhada de férias, me sugeriu que, caso o tempo estivesse bom no dia seguinte, fossemos pela montanha acima até à neve. Claro que disse logo que sim! Então fiz uma chamada para o meu meteorologista de confiança - o Rui Medeiros e, após alguns minutos a consultar cartas meteorológicas e imagens de satélite recebi a mensagem dele: "manda-te para cima! amanhã vai estar bom pelo menos até às 6 da tarde"

Mais uma chamada, desta vez para os irmãos do Rui - Duarte e João - e já tínhamos o nosso grupo feito!

Na quinta feira de manhã o Pico ainda nos fez algumas caretas, mostrando um chapéu de abas bem largas, que depressa se dissipou, mas não foi o suficiente para nos demover da nossa aventura!

A subida iniciou-se por volta das 11.00 horas, e começámos a encontrar gelo, formado na noite anterior, logo após os primeiros metros de trilho. Fomos nas calmas, "pole pole" como nos dizia o guia no Kilimanjaro. O objectivo era irmos até onde desse, e passar um bom bocado na neve.

Começámos a encontrar os primeiros "bardos" de neve a partir dos 1400 metros de altitude. Daí para cima foi-nos aparecendo cada vez mais neve. Era uma neve escorregadia, já tinha derretido bastante no dia anterior, voltado a gelar durante a noite, e já começava a derreter de novo, por isso tivemos de redobrar os cuidados à medida que fomos subindo.



Como já referi, o objectivo era chegar até onde desse... Deu para chegar à Cratera! Demorámos 4 horas, mas não tínhamos grandes pressas. Pelo caminho foram voando bolas de neve, piadas e tolices e as máquinas fotográficas tiveram pouco descanso!





O Piquinho estava tímido, escondido por uma neblina ténue, mas muito teimosa e que nos estragava as hipóteses de tirar fotografias nítidas do cume. Ao menos as formações de gelo na parede da Cratera eram fantásticas, o que já dava para animar um pouco.





Lanchámos e esperámos só mais um pouco na esperança que a neblina se dissipasse... e tivemos sorte! Lá ficaram as máquinas fotográficas sem descanso outra vez!



Era altura de descer, já estávamos há muito tempo lá em cima, o frio já se fazia sentir, e de que maneira! A hora já estava a ficar avançada também, já passava das 3 e ainda tínhamos a descida sobre aquela neve escorregadia pela frente.

Após 3 horas de descida, escorregadelas e muita galhofa lá chegámos ao fim desta pequena aventura.

Para a maior parte do grupo esta já não era a sua primeira subida com neve, mas para a minha cunhada foi a primeira subida ao Pico, e ainda por cima com neve! Para mim deverá ter sido a vigésima subida com neve, mas desde 2005 que não subia de inverno. Por mais subidas que faça com neve, em todas fico surpreendido pelas formações de gelo e pela Cratera cheia de neve!

Espero que este inverno hajam mais janelas de bom tempo como esta, para poder fazer mais algumas subidas e captar imagens como estas!

quinta-feira, abril 16, 2009

Pico - Valter Medeiros



O nosso Guia de Montanha e de Espeleologia (na Gruta das Torres) publicou no YouTube o anterior filme...! Os nossos parabéns ao Valter Medeiros pela excelente divulgação que fez da sua ilha e destas coisas de que todos tanto gostamos...

sábado, março 14, 2009

Acção nos Açores - subida ao Pico

Na sequência de diversos e-mails trocados com o Valter, que será o guia na subida ao Pico, aqui ficam as minhas perguntas e respectivas respostas:

1. O custo é de 25 euros por participante?
R: O custo é os €25 por pessoa. Geralmente as subidas de inverno costumam ser mais caras, pois teremos a possibilidade de encontrar neve a partir dos 1900 metros no mínimo, e as condições climatéricas são um pouco mais severas, mas não tenho qualquer problema em fazer o preço de uma subida de verão.


2. Quantos pode guiar? E tem outros guias se necessário?
R. O máximo recomendado por grupo são 12 pessoas. Caso seja necessário tenho boas relações com quase todos os outros guias credenciados e não tenho problema em arranjar mais um guia.


3. Quanto tempo (em média) se demora a subir e descer?
R: A média de subida é entre as 3 horas e meia e as 4 horas e meia para a subida, e mais ou menos o mesmo para a descida. Claro que estes valores variam consoante a preparação física dos elementos do grupo e o modo como progredirem ao longo do trilho.


4. Dá para ir no barco que chega às 08.30 à Madalena, subir ao Pico e voltar no barco das 18.00 horas?
R: É possível fazer a subida dentro desses horários, é só uma questão de preparação física das pessoas que forem subir. Se tudo correr bem conseguimos fazer a subida sem problemas e sem correrias dentro desse tempo. Geralmente chego ao sopé da Montanha (até onde chegam os carros) por volta das 14:00 / 15:00 horas. De qualquer maneira tenho sempre em atenção as questões dos horários e farei com que ninguém perca o barco para o Faial.


5. Tem cajados (pau para as pessoas se apoiarem) para a subida?
R: Quanto aos cajados existem muitos mesmo no início do trilho, todos podem utilizar e voltar a deixar lá quando descerem.


6. Que tipo de roupa e calçado devem os participantes levar?
R: Tipo de roupa: nesta altura é um bocado complicado, pois terão de levar roupa leve e fresca para o caso de o tempo estar limpo, pois o sol e o próprio esforço de subir a montanha fazem com que aqueçamos bastante. Por outro lado é conveniente que levem roupa quente e, se possível, um impermeável, desde que sejam leves (ex: casacos e blusas polar-tec). O aconselhável em termos de calçado são as botas de montanha, de preferência em gore-tex e com sola bastante aderente. Como este não é um equipamento que toda a gente tenha, podem levar sapatilhas ténis, desde que sejam minimamente impermeáveis, confortáveis e, sobretudo, tenham sola com boa aderência (sola lisa vai fazer com que escorreguem demasiado e podem-se aleijar ou ficar com receio da descida, o que origina a maior parte dos atrasos).


7. Que quantidade de água ou bebidas isotónicas se deve levar?
R: Quanto às bebidas isotónicas e a água, o que recomendo são as garrafas de 1.5L. A água é o artigo que pesa mais na mochila, mas é um dos mais necessários.


8. Dá para comprar no Faial ou no Pico bebidas isotónicas ou alimentos energéticos?
R: Existem lojas no Faial que vendem bebidas isotónicas, acho que as podem encontrar mesmo no Hiper Modelo. Perto do cais de embarque também existem algumas lojas que vendem barras energéticas, e todo o tipo de alimentos e bebidas que possam precisar para a subida. Convém que todos levem uma pequena merenda, pois vamos almoçar no cume. O mais fácil são as sandes, mas existem outros alimentos, como os enlatados, etc., que também servem muito bem. Essa parte fica ao critério de cada um...

quarta-feira, dezembro 31, 2008

Primeiro Nevão do Inverno 2008/09 na Montanha do Pico

Publicamos hoje um interessantíssimo post do Blog (que está nos nossos favoritos e que recomendamos vivamente...) Ilha do Pico ao Natural, de Valter Medeiros, que mostra o primeiro nevão no Pico:



Pois é! O Inverno ja chegou outra vez e está para ficar. A prova está (não muito à vista estes dias) na Montanha do Pico, que no dia 25 de Dezembro encheu-se de neve acima dos 1700m aproximadamente.

Infelizmente não foi desta que tive tempo de ir lá acima este ano, vamos esperar por melhores dias, pois o tempo tem estado bastante instável e as nuvens, vento, chuva e frio têm sido uma constante.

Não consegui ainda uma boa foto deste nevão mas deixo-vos uma de um nevão anterior, com a neve mais ou menos às mesmas cotas.

Cumprimentos e continuação de Boas Festas!


NOTA: o autor do Blog é, entre outras coisas, Guia de Montanha, pelo que estamos a negociar com ele a subida para os interessados (custo per capita 25 euros). Vai ainda abrir-nos a Gruta das Torres, pois é lá guia...!