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terça-feira, novembro 07, 2023

A fadista Maria Teresa de Noronha, condessa de Sabrosa, nasceu há 105 anos...

(imagem daqui)    

D.ª Maria Teresa do Carmo de Noronha Guimarães Serôdio (Paraty) (Lisboa, 7 de novembro de 1918 - São Pedro de Penaferrim, Sintra4 de julho de 1993) foi uma fadista portuguesa.
Proveniente de uma família com raízes aristocratas, era filha de D. António Maria de Sales do Carmo de Noronha (Lisboa, 20 de janeiro de 1880 - Lisboa, 2 de fevereiro de 1954) e de sua mulher D.ª Maria Carlota Appleton de Noronha Cordeiro Feio (19 de setembro de 1889 - ?), cujo casamento se realizou em Lisboa, na paróquia da Pena, em 6 de fevereiro de 1904. Era bisneta, pelo lado paterno, de D. João Inácio Francisco de Paula de Noronha, 2.º Conde de Parati, e de D. Vasco António de Figueiredo Cabral da Câmara, 3.º Conde de Belmonte, e, pelo lado materno, descendente dos Condes dos Arcos. Foi casada com José António Barbosa de Guimarães Serôdio, o 3.º conde de Sabrosa, também ele um grande admirador do Fado e guitarrista amador.
Mostrando desde cedo uma grande aptidão para o Fado, começou por cantar em festas de família e amigos. Depois que passou a atuar nos retiros de Fado tornar-se-ia a ser conhecida a sua expressão artística, ganhando muitos admiradores autênticos, entre eles, vários conhecedores do Fado. Em 1939 grava o seu primeiro álbum O Fado dos Cinco Estilos, o seu primeiro single. Um ano antes já a Emissora Nacional convidara Maria Teresa a atuar, tendo sido acompanhada pelo guitarrista Fernando Freitas e pelo violista Abel Negrão, numa apresentação aos ouvintes feita por D. João da Câmara. O êxito obtido levou-a a iniciar o programa semanal Fados e Guitarradas, que foi um substituto do programa de fados Retiro da Severa e esteve no ar 23 anos seguidos, sendo realizado de 15 a 15 dias, com o alinhamento de quatro fados e uma guitarrada.
Canções como Fado da Verdade, Fado Hilário e Fado Anadia foram êxitos que muito agradaram ao grande público, assim como outros fados do seu repertório, entre os quais: Nosso Fado, Fado Menor e Maior, Minhas Penas, Pintadinho, Pombalinho ou Fado Rio Maior.
Em 1961 decide acabar o programa Fados e Guitarradas e abandonar a Emissora Nacional. Contudo, continuará a cantar em privado, com transmissão na Emissora. De entre as suas atuações no estrangeiro destaca-se a sua deslocação a Espanha em 1946, por ocasião do Festival da Feira do Livro de Barcelona, e ainda a Madrid, a convite do Governo espanhol, para atuar no Hotel Ritz, onde obteve um êxito estrondoso. Ainda em 1946 vai ao Brasil e é igualmente muito apreciada. Atuou no Mónaco para Grace Kelly e Rainer III e, em 1964, desloca-se a Londres para atuar na BBC.
A sua dicção, a sua maneira de se expressar, a forma como dominava as figurações intrincadas como os pianinhos e os roubados tornou-a criadora de um estilo muito próprio, que fez escola e está relacionada com o chamado fado aristocrático.
    


   


 

 


segunda-feira, novembro 07, 2011

Fado em Cinco Estilos


Fado em Cinco Estilos - Maria Teresa de Noronha
Silva Tavares / Maria Teresa de Noronha


Eu quero bem aos teus olhos
Mas muito mais quero aos meus
Pois se perdesse meus olhos
Não podia ver os teus


Se eu de saudades morrer
Apalpa meu coração
Talvez eu torne a viver
Ao calor da tua mão


Se os meus olhos te incomodam
Quando estão na tua frente
Eu prometo arrancá-los
E amar-te cegamente


Gosto de cantar o Fado
Acho que o Fado tem raça
E que não foi só criado
Para cantar a desgraça


Se tenho medo da morte
Não tanto como supões
Tenho mais medo da vida
E das suas ilusões