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terça-feira, fevereiro 01, 2011
Recordar um dia triste
O Alma
Nasce morta a luz da aurora
Sobre a terra portuguesa.
E desta luz falecida
Nascem já murchas as flores;
E nascem almas sem vida
E sem amores...
Ó Portugal solitário,
És um calvário
Onde o sol morre na cruz,
Como Jesus...
E a sombra escura,
No ar infindo
Empedernindo,
Toma não sei que trágica figura,
Ameaçadora...
Que luz tão fria!
Nasce morta luz da aurora...
E a luz do dia
Cai, em sombra, na terra portuguesa...
Ai, que tristeza
E que melancolia
in D. Carlos - Drama em Verso (1919) - Teixeira de Pascoaes
Postado por Fernando Martins às 17:00 0 bocas
Marcadores: D. CarlosI, El-Rei, Luís Filipe, princípe, princípe Luís Filipe, regicídio
domingo, abril 11, 2010
O principe-cientista amigo d'El Rei D. Carlos homenageado nos Açores
Açores agradecem contribuição de Alberto I para o conhecimento científico dos seus mares
Os Açores prestaram hoje uma homenagem ao Príncipe Alberto I do Mónaco (1848-1922), pela sua “contribuição para o conhecimento científico do mar dos Açores nos finais do século XIX.
Iniciativa conjunta do município da Horta e do Instituto de Meteorologia, a homenagem teve lugar no Observatório Príncipe Alberto de Mónaco, no âmbito de uma visita oficial de dois dias à ilha do Faial do Príncipe Alberto II, trineto do príncipe-cientista monegasco. Para além do chefe da Casa Grimaldi e actual governante do Principado do Mónaco, assistiram também a esta cerimónia, durante a qual foi descerrada uma lápide comemorativa no exterior do observatório meteorológico faialense, o representante da República e os presidentes da assembleia e do governo dos Açores.
Falando sexta-feira à noite, no jantar oferecido ao trineto do monarca homenageado na Horta, Carlos César recordou que a relação do Principe Alberto I está referenciada um pouco por todo o arquipélago, quer na toponímia, quer na designação de instituições científicas, quer ainda na nomenclatura do mar que rodeia as ilhas, de que são exemplos a Fossa Oceânica do Hirondelle ou o Banco Princesa Alice. “Antigas e novas gerações aprenderam, assim, a apreciar essa lembrança e a torná-la presente, sobretudo agora que tanto procuramos valorizar a nossa condição de região atlântica central, baseada no nosso compromisso com a sua qualidade ambiental e na sua vocação de laboratório natural e espaço de ciência para o desenvolvimento sustentável”, afirmou o governante açoriano.
Alberto I morreu em Junho de 1922 e, no seguinte, “em homenagem ao interesse que sempre lhe mereceu a fundação e os progressos do Serviço Meteorológico dos Açores, que tão valiosos serviços tem já prestado à ciência”, o governo português, por decreto de 19 de Junho, resolveu então dar o seu nome ao Observatório Meteorológico da Horta. Dedicou mais de três décadas aos estudos meteorológicos e oceanográficos, incluindo os da fauna marítima, ficando intimamente ligado aos Açores, tendo 13 das 28 campanhas oceanográficas que organizou a partir de 1885 sido dedicadas, no todo ou em parte, ao estudo do arquipélago açoriano.
Nos mares dos Açores, descobriu, por exemplo, o Banco Princesa Alice e a Fossa do Hirondelle, tendo realizado também aquelas que foram as primeiras experiências para a pesca nos grandes fundos com covos iluminados electricamente. Este príncipe-cientista interessou-se igualmente pela biologia da água doce, realizando investigações em S. Miguel (Lagoa das Sete Cidades), Flores (Lagoa Funda) e Faial (Caldeira), e empenhou-se para que o Governo Português construísse observatórios meteorológicos em várias ilhas dos Açores.
O Serviço Meteorológico dos Açores, com sede em Ponta Delgada, foi instituído por Carta de Lei de 12 de Junho de 1901 e dele fez parte, desde o seu início, o Observatório da Horta, cuja primeira pedra foi lançada nesse mesmo mês e ano, em cerimónia presidida pelo Rei D. Carlos.
NOTA: eu sei que fica mal no ano do centenário da (imposição da) república homenagear reis e príncipes, mas já que começaram há também que recordar que El-Rei D. Carlos I, Rei de Portugal, foi também um excelente oceanógrafo, tendo trabalhado por diversas vezes o príncipe Alberto I e que partilhavam um profunda amizade entre si e à região dos Açores.
Postado por Fernando Martins às 00:52 0 bocas
Marcadores: Açores, Alberto I, D. CarlosI, Grimaldi, Monaco, Oceanografia
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