Diziam-me (e não queria acreditar...) que uma força política tinha vandalizado, grafitando as pedras, as Escadas Monumentais da Universidade de Coimbra.
A prova está em cima - e a reacção pronta da Academia de Coimbra, que protestou contra tal façanha durante um comício, mostra que o tempo do PREC e das pinturas selvagens de tudo quanto é sítio passou à história:
Estudantes em Coimbra em protesto contra comício do PCP
“Limpa, limpa, camarada limpa”
Estudantes invadem comicio comunista em protesto contra pinturas
Um grupo de mais de cem estudantes universitários trajados a rigor, concentrou-se no topo das escadas monumentais por cima do comício do PCP, em protestos contra as pinturas feitas nas escadarias pela Juventude Comunista Portuguesa. Os estudantes gritavam palavras de ordem como “CDU, agora limpas tu”, ou “limpa, limpa, camarada limpa” e ainda “a expressão não é destruição”.
Pedro Leitão, estudante de jornalismo da Universidade de Coimbra, falou em nome dos manifestantes. Explicou que estavam ali pela “não inclusão de símbolos partidários no espaço que é símbolo da Universidade e de Coimbra”
O PCP reagiu colocando uma barreira entre os manifestantes e o comício. Do palanque do comício, o cabeça de lista por Coimbra, Manuel Pires da Rocha, respondeu ao protesto. “O que é público é de todos”, disse, lembrando o passado. “Quando estas pedras foram postas aqui foram-no em nome de uma coisa feia.” O candidato referia-se à construção das escadas monumentais pelo regime de Oliveira Salazar.
NOTA: Salazar, estupidamente, destruiu parte da alta de Coimbra para fazer parte dos edifícios da Universidade, fazendo, em boa hora, as Escadas Monumentais. Se era por causa de coisas feias, grafitavam o edifício das Matemáticas, da Medicina, da Física e Química, das Letras e da Biblioteca Geral. E, se não querem perder muitos votos, devem limpar rapidamente a borrada...