O Cerco de Malta - chegada da frota turca, Matteo Perez d' Aleccio
O Cerco de Malta (também conhecido como o Grande Cerco de Malta) aconteceu em 1565, quando o Império Otomano quis conquistar a ilha estratégica, sede da Ordem de Malta.
Situada ao sul da Sicília e quase equidistante das costas líbias e tunisinas, controlava as rotas comerciais entre o Mediterrâneo Ocidental e Oriental, assim como as que uniam a Península Ibérica e o Norte da África. Dotada de excelentes portos naturais, a queda da ilha em mãos turcas teria tido consequências para a Europa cristã,
tendo em conta a fraca resistência que algumas potências europeias -
envolvidas entre si em conflitos de dimensão continental - apresentavam
então ao avanço do Islão conquistador, tanto dos turcos, como de tribos berberes.
O cerco é considerado um dos mais importantes na história militar e,
no ponto de vista dos defensores, o mais bem sucedido. No entanto, ele
não deve ser encarado como um acontecimento isolado, mas como o ponto
culminante de uma escalada de hostilidades entre os impérios espanhol e otomano pelo controle do Mediterrâneo, escalada que incluiu um ataque prévio sobre Malta, em 1551, por parte do corsário turco Turgut Reis, e que, em 1560, havia suposto uma importante derrota da Armada Espanhola pelos turcos na batalha de Djerba.
É notável que para os ocidentais o Cerco de Malta seja um dos factos mais importantes da Idade Moderna,
enquanto que para os turcos tenha pouca importância. Esta diferença
pode dever-se a duas razões, não necessariamente contraditórias entre
si: em primeiro lugar, o desenlace do cerco não afetou em profundidade o
Império Otomano, e em segundo lugar, os turcos saíram derrotados - algo
semelhante ocorreu com a batalha de Lepanto, de 1571.
(...)
A imponente esquadra turca, que partiu de Constantinopla em março,
avistou Malta no amanhecer da sexta-feira 18 de maio, no entanto, não
desembarcou imediatamente, mas sim costeou a ilha até o sul e finalmente
ancorou no porto de Marsaxlokk (Marsa Sirocco), a cerca de 10 quilômetros do Gran Puerto.
De acordo com a maioria dos relatos, em particular com o de Balbi, ao
desembarcarem os turcos, houve discrepâncias entre o chefe das forças de
terra, o vizir Quizil Amedli Mustafá Paxá e o almirante, Piale Paxá. Piale queria, antes de mais nada, tomar o forte de São Elmo, para dominar, assim, o Gran Puerto e dispor de um ancoradouro a salvo de siroco.
(...)
Mas no último momento, ainda pôde frustrar-se tudo: em 11 de setembro,
um soldado mourisco passou pelos turcos e os informou que os reforços
eram de somente de 5.000 homens. Crendo naquilo, Mustafá suspendeu o
embarque e se preparou para o combate. Vendo os turcos se aproximar,
Álvaro de Sande, na ponta da vanguarda espanhola, carregou sobre os
turcos que iam tomar posse de uma colina, com o ímpeto do ataque, e
achando que vinham por cima todas as hostes da Monarquia Católica,
deram meia volta e fugiram, sendo perseguidos até à embarcação. Em 12
de setembro, desaparecia no horizonte a última vela turca.

Fuga dos turcos segundo Matteo Perez d'Aleccio
in Wikipédia



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