segunda-feira, fevereiro 03, 2025

O Massacre de Batepá foi há 72 anos...

Monumento em homenagem aos mártires do massacre de 3 de fevereiro de 1953, erigido em 2015, na praia de Fernão Dias, no norte da ilha de São Tomé

O Massacre de Batepá (do português coloquial "Bate-Pá!") foi um massacre cometido pelas tropas coloniais portuguesas que teve lugar em São Tomé e Príncipe a 3 de fevereiro de 1953. É incerto o número de mortes que terão resultado por tortura elétrica e afogamento. A historiadora Inês Rodrigues refere que as fontes são-tomenses apontam para cerca de 1.032 mortos e que as fontes portuguesas em cerca de 200, pelo que é impossível aferir com rigor de certeza histórica em que número se cifram as vítimas.

Hoje em dia é um feriado nacional no arquipélago, denominado «Dia dos Mártires».

O massacre é considerado o episódio fundador do nacionalismo são-tomense e as suas vítimas foram transformadas em heróis pela liberdade da pátria.

 No Museu Nacional de São Tomé e Príncipe existe uma sala dedicada ao massacre, com fotografias que documentam alguns dos massacrados em fevereiro de 1953. 

No cerne da questão é apontada a ambição do Governador-geral Carlos Gorgulho, que se lançou num vasto programa de construções e melhorias públicas, recorrendo a rusgas constantes nas povoações nativas, por forma a angariar mão-de-obra barata. Terá sido o governador e a sua comitiva a aludir aos rumores de uma conspiração de africanos contra os portugueses, que desencadeou a violenta repressão de fevereiro de 1953, em que pereceram entre 200 e 1.032 pessoas.

O massacre deu-se quando, a mando do ex-Governador-geral português, coronel Carlos de Sousa Gorgulho (1945-1948), os latifundiários desencadearam uma onda de violência contra os africanos, suspeitos de conspirarem para uma sublevação, da ilha.

 

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