Boris Nicoláievitch Iéltsin (Sverdlovsk, 1 de fevereiro de 1931 - Moscovo, 23 de abril de 2007) foi o primeiro presidente da Rússia após o colapso económico da União Soviética. Iéltsin foi também o primeiro líder de uma Rússia independente após o czar Nicolau II. Os seus anos como senador e líder da oposição no Soviete Supremo
são lembrados com glória, mas o seu governo, lembrado com frustração por
conta das grandes expectativas, ficou marcado na história por reformas
políticas e económicas fracassadas e pelo caos social.
Iéltsin foi responsável pela transformação da economia socialista da Rússia numa economia de mercado, implementando a chamada "terapia de choque", com programas de privatizações e liberalização económica.
Graças aos meios como foi conduzido este processo, uma grande parcela
da riqueza nacional caiu nas mãos de um restrito grupo de milionários,
que ficariam conhecidos como "oligarcas russos". A era Iéltsin foi marcada pela corrupção excessiva e generalizada, inflação, colapso económico e enormes problemas políticos e sociais que afetaram a Rússia e também as demais antigas repúblicas da União Soviética. Alexander Rutskoi, opositor de Iéltsin, denunciou as reformas do adversário, considerando-as um "genocídio económico".
Iéltsin é lembrado, principalmente, pelas suas várias reformas políticas, sociais e económicas da Rússia, as diversas situações constrangedoras decorrentes do seu alcoolismo
e o seu papel como líder da oposição, tendo sido ele um dos mais
notáveis políticos favoráveis à independência da Rússia, uma república
então controlada pela União Soviética.
Um dos eventos mais memoráveis de seu governo foi a crise constitucional de 1993. O poder legislativo russo era contrário às reformas neoliberais impostas por Iéltsin, tornando-se um empecilho para o presidente. Em 21 de setembro, Iéltsin dissolve o parlamento, que se rebela, e anuncia o processo de perda de mandato de Iéltsin, proclamando Alexander Rutskoi,
chefe do parlamento, como novo presidente. O parlamento ganha apoio do
povo, que passa a protestar contra o governo de Iéltsin. No mês
seguinte, a situação intensifica-se, e Iéltsin ordena a invasão da Câmara Branca, sede do Soviete Supremo,
terminando com a explosão do edifício, resultando na morte de 187
pessoas e prisão dos líderes da oposição. Iéltsin então baniria
temporariamente a oposição russa e anularia a Constituição soviética de 1978,
estabelecendo uma nova Constituição, possibilitando a continuação de
suas reformas económicas. Segundo a antiga Constituição, anulada por
Iéltsin:
Artigo 121-6. Os poderes do Presidente da República Socialista Federativa Soviética da Rússia não podem ser usados para alterar organizações nacionais e estatais da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, dissolver ou interferir no funcionamento de qualquer órgão eleito do poder estatal. Neste caso, seus poderes cessam imediatamente.
A anulação do artigo acima alteraria profundamente o ambiente político russo, que sairia de um sistema parlamentarista de poderes balanceados para entrar, radicalmente, num regime semi-presidencialista sob forte influência do poder executivo.
Boris Iéltsin era casado com Naina Iéltsina, com quem teve duas filhas, Elena e Tatiana, nascidas em 1957 e 1958, respectivamente. O corpo de Iéltsin repousa no famoso cemitério de Novodevitchi, diferentemente dos demais líderes russos, sepultados na muralha do Kremlin.
in Wikipédia
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