segunda-feira, agosto 12, 2019

O Kursk afundou-se há dezanove anos

K-141 Kursk, foi um submarino nuclear da Classe Oscar-II, pertencente à Marinha Russa que afundou no Mar de Barents, a 12 de agosto de 2000, com uma tripulação de 118 homens. Foi assim batizado em homenagem a uma das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial, a Batalha de Kursk, em 1943.

Incidente
De acordo com informações do serviço de sísmologia da Noruega, Instituição NORSAR, teria havido duas explosões detectadas aproximadamente nas coordenadas 69°38'N e 37°19'E, durante a manhã de 12 de agosto de 2000. A primeira explosão foi às 11:29:34 (hora de Moscovo) e teve uma magnitude de 1,5 na escala de Richter, seguido de um segundo de 3,5, às 11:31:48, correspondendo a cerca de 100/250Kg de explosivos (TNT).
O submarino afundou em águas relativamente rasas a uma profundidade de 108 metros (354 pés), cerca de 135 km (85 milhas) de Severomorsk, na posição 69° 40′ N 37° 35′ E. Uma dessas explosões teria aberto grandes buracos no casco do submarino.
  
Nenhuma autoridade russa admitiu que 23 marinheiros haviam conseguido sobreviver por um período de dois dias após o acidente. Depois da explosão na câmara de mísseis, os tripulantes foram para o compartimento número nove do submarino, localizado na proa, e emitiram sinais de socorro durante 48 horas.
As autoridades da Rússia só recorreram ao pedido de ajuda aos noruegueses e britânicos quatro dias depois do acidente. O facto mais constrangedor para o Governo Russo foi ver os homens-rãs ocidentais, com roupas especiais e descendo em “sinos” (equipamentos de resgate), realizar a operação de descida e abertura das escotilhas em menos de um dia. A justificativa da Marinha Russa era a necessidade de se preservarem os segredos militares do submarino nuclear.
Na segunda-feira, 21 de agosto, às 07.45 da manhã, quatro mergulhadores noruegueses da empresa Stolt Comex Seaway conseguiram abrir a primeira escotilha do submarino. Os homens-rãs deparam-se com o cenário mais temido. “Todos os compartimentos estão inundados e nenhum membro da tripulação sobreviveu”, declarou o vice-almirante russo Mikhail Motsak.
   
Causas do acidente
A hipótese mais coerente é a de que no lançamento do torpedo a proa do submarino tenha explodido, atingindo ainda outros compartimentos da belonave. Segundo o jornal militar russo Krasnaia Zvezda, o Kursk estaria usando um novo tipo de combustível que é líquido, mais barato e de muito mais alta combustão. Há ainda uma hipótese, mais sinistra, de que o submarino estaria com mísseis nucleares supersónicos. Uma carta que explicava as causas do naufrágio do submarino Kursk foi encontrada no corpo de um tripulante e mantida em segredo pelas autoridades russas, disseram militares da Frota do Norte hoje citados pelo diário Izvestia.
De acordo com estas fontes, foram encontradas duas cartas a 25 de outubro no cadáver do oficial da marinha Dmitri Kolesnikov, tendo apenas uma sido divulgada.
Na carta mantida em segredo, Kolesnikov descreve exatamente o que aconteceu e afirma que, na sequência da morte do comandante do Kursk, assumiu o comando do submarino, precisaram as fontes, sem adiantar mais pormenores sobre o documento.
Na mensagem que foi divulgada, Kolesnikov referia que pelo menos 23 homens, dos 118 que se encontravam a bordo do Kursk, sobreviveram ao acidente e se refugiaram num compartimento da popa do submarino. A nota, divulgada pelas autoridades russas, não continha qualquer indicação sobre as causas do naufrágio.
Uma segunda carta, também encontrada no corpo de um marinheiro que se refugiou na proa do Kursk, também foi divulgada. A carta, manuscrita, descreve os minutos imediatamente após a catástrofe, mas não indica as causas.
   

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