Estudo publicado no Proceedings of the National Acadmy of Science
Descoberto primeiro vertebrado com algas dentro das células
Os ovos com a alga Oophila amblystomatis
A salamandra Ambystoma maculatum
A relação simbiótica entre uma salamandra da América do Norte e uma alga verde unicelular que vive preferencialmente dentro dos ovos deste anfíbio é mais íntima do que se pensava. Durante parte do período de desenvolvimento do embrião, há algas que vivem dentro das células do animal, um fenómeno que até agora era desconhecido em vertebrados. A descoberta foi publicada na revista Proceedings of the National Acadmy of Science.
A salamandra Ambystoma maculatum vive a maior parte do tempo debaixo de terra na América do Norte. Mas na época de reprodução vem cá para fora e coloca grupos de ovos em poças de água temporárias. Os embriões crescem e passam por uma série de metamorfoses até saírem e voltarem a esconder-se dentro de terra.
Nada disto seria surpreendente, se durante o crescimento os ovos não fossem colonizados por uma alga verde unicelular chamada de Oophila amblystomatis. A alga multiplica-se e dá um aspecto verde às esferas translúcidas. O fenómeno foi descoberto há mais de um século, mas foi só descrito em 1927, por Lambert Printz.
Mais tarde, na década de 1980, os cientistas verificaram que a relação era simbiótica. Quando os embriões cresciam sem algas, eram mais pequenos e nasciam mais cedo. As algas, ao produzirem oxigénio, aumentam a quantidade do gás no ambiente do anfíbio. Por outro lado as salamandras produzem produtos azotados que são importantes para a alga.
A equipa de cientistas da Universidade de Dalhousie, no Canadá e da Universidade de Bloomington do Indiana, nos Estados Unidos, descobriram agora que durante uma fase do desenvolvimento do embrião, as algas verdes entram para dentro das células de vários tecidos da salamandra.
Este fenómeno, em que um ser vivo vive dentro da célula de outro em entreajuda chama-se endosimbiose. Já tinha sido observado em outros animais, como as lesmas do mar, mas nunca tinha sido visto nos vertebrados, que têm um forte sistema imunitário que costuma matar invasores celulares.
“Isto aumenta as hipóteses de existirem mais simbioses entre algas e animais do que as que conhecemos”, disse em comunicado Roger Hangarter, co-autor do estudo, da Universidade do Indiana. “Já que outras salamandras e algumas espécies de rãs têm simbioses semelhantes, é possível que também haja este tipo de endosimbioses que vimos [nesta] salamandra.”
Os cientistas conseguiram descobrir as células graças a uma sonda que se liga a uma molécula produzida pela alga. Depois utilizaram técnicas microscópicas para verem as algas dentro do corpo da salamandra.
A descoberta traz “implicações para a investigação em relação ao reconhecimento entre células, a possível troca de moléculas ou de ADN”, explicam os autores no artigo. Os cientistas chamam a atenção para o aspecto ecológico da descoberta.
“As poças de água temporárias que as salamandras se reproduzem são também essenciais para outros anfíbios e organismos, mas estas poças são muitas vezes as primeiras a ser destruídas quando as pessoas vão para zonas de floresta”, disse Hangarter.
Nada disto seria surpreendente, se durante o crescimento os ovos não fossem colonizados por uma alga verde unicelular chamada de Oophila amblystomatis. A alga multiplica-se e dá um aspecto verde às esferas translúcidas. O fenómeno foi descoberto há mais de um século, mas foi só descrito em 1927, por Lambert Printz.
Mais tarde, na década de 1980, os cientistas verificaram que a relação era simbiótica. Quando os embriões cresciam sem algas, eram mais pequenos e nasciam mais cedo. As algas, ao produzirem oxigénio, aumentam a quantidade do gás no ambiente do anfíbio. Por outro lado as salamandras produzem produtos azotados que são importantes para a alga.
A equipa de cientistas da Universidade de Dalhousie, no Canadá e da Universidade de Bloomington do Indiana, nos Estados Unidos, descobriram agora que durante uma fase do desenvolvimento do embrião, as algas verdes entram para dentro das células de vários tecidos da salamandra.
Este fenómeno, em que um ser vivo vive dentro da célula de outro em entreajuda chama-se endosimbiose. Já tinha sido observado em outros animais, como as lesmas do mar, mas nunca tinha sido visto nos vertebrados, que têm um forte sistema imunitário que costuma matar invasores celulares.
“Isto aumenta as hipóteses de existirem mais simbioses entre algas e animais do que as que conhecemos”, disse em comunicado Roger Hangarter, co-autor do estudo, da Universidade do Indiana. “Já que outras salamandras e algumas espécies de rãs têm simbioses semelhantes, é possível que também haja este tipo de endosimbioses que vimos [nesta] salamandra.”
Os cientistas conseguiram descobrir as células graças a uma sonda que se liga a uma molécula produzida pela alga. Depois utilizaram técnicas microscópicas para verem as algas dentro do corpo da salamandra.
A descoberta traz “implicações para a investigação em relação ao reconhecimento entre células, a possível troca de moléculas ou de ADN”, explicam os autores no artigo. Os cientistas chamam a atenção para o aspecto ecológico da descoberta.
“As poças de água temporárias que as salamandras se reproduzem são também essenciais para outros anfíbios e organismos, mas estas poças são muitas vezes as primeiras a ser destruídas quando as pessoas vão para zonas de floresta”, disse Hangarter.
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