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Os comprometidos com o sistema
O Expresso, dirigido agora por um cretino do jornalismo nacional, publica hoje um texto subscrito por 47 personalidades nacionais, onde se apela a um "compromisso nacional".
São estes, os comprometidos:
Adriano MoreiraAlexandre Soares dos SantosÁlvaro Siza VieiraAntónio BarretoAntónio Gomes de PinhoAntónio Lobo AntunesAntónio Lobo XavierAntónio NóvoaAntónio Ramalho EanesAntónio RendasAntónio VitorinoArtur Santos SilvaBelmiro de AzevedoBoaventura Sousa SantosDaniel Proença de CarvalhoDiogo Freitas do AmaralEduardo LourençoEduardo Souto MouraEmílio Rui VilarFernando Seabra SantosFrancisco Pinto BalsemãoIsabel Rodrigues LopesJoão Gabriel SilvaJoão Lobo AntunesJoaquim Gomes CanotilhoJorge SampaioJosé Carlos Marques dos SantosJosé Carlos VasconcelosJosé Pacheco PereiraJosé Pena do AmaralJosé Silva LopesJúlio PomarJúlio ResendeLeonor BelezaLuís PortelManoel de OliveiraManuel Braga da CruzD. Manuel ClementeManuel Sobrinho SimõesMaria de SousaMaria Fernanda Mota PintoMaria João RodriguesMário SoaresMiguel VeigaRui AlarcãoTeresa de Sousa
Entendem os comprometidos que um dos compromissos é o que deverá existir "entre o presidente da República, o Governo e os principais partidos, para garantir a capacidade de execução de um plano de acção imediato".
Está-se mesmo a ver esse compromisso com o discurso beligerante e eleiçoeiro do PS em congresso, a "malhar na direita" que vai "acabar com o Estado social". E com o PSD como alvo e porta-bandeira dessa terrível direita que surge sempre em épocas pré-eleitorais para que o PS ganhe.
Andamos nisto há décadas. Nestas palhaçadas que não passam disso porque é notoriamente impossível um entendimento entre um professor Boaventura e um Marques dos Santos, da Jerónimo Martins, por exemplo. Mesmo que este tenha dito no outro dia na TV que um bom primeiro-ministro poderia ser o Vitorininho do PS. É que disse mesmo.
E uma palhaçada ainda porque a "terrível direita" não existe a não ser na retórica eleiçoeira deste PS que sabe usar essa arma, eficaz desde sempre porque somos um país pobre e com muitos pobres de espírito. O PSD é um partido social-democrata em muitas áreas à esquerda do próprio PS. Mas isso não conta nada porque o importante é passar o discurso dominante. E quem domina o discurso é o PS, neste momento. O PSD não tem ninguém que rebata estas aldrabices eleiçoeiras e desfaça a farsa que se prepara mais uma vez.
Ainda pode ser palhaçada porque o presidente da República já disse que não se mete " na negociação com a oposição do pacote de ajuda financeira a Portugal". Portanto, para compromisso não está nada mal. Aliás, o presidente parece que não se mete em nada. Ouve mentir e cala-se. Contemporiza com desmandos orçamentais e faz uns avisos esfíngicos à espera que o tempo lhe dê razão para depois vir dizer que a teve. Enfim.
Depois, o que isto significa é apenas uma coisa: estas pessoas têm interesses diversos na política e sociedade portuguesas. Vivem ligados ao Estado, quase todos, directa ou indirectamente. Mesmo, lamentavelmente, os artistas. Precisam de compromissos de Estado.
Alguns dos comprometidos são fautores directos e imediatos desta tragédia que nos atinge. Nenhum deles foi capaz de travar o percurso descendente para o abismo económico em que nos meteram estes inenarráveis que nos governam há meia dúzia de anos. Nenhum deles se incomodou minimamente com os episódios indignos que atingiram o primeiro-ministro Inenarrável que ainda temos. Nenhum deles se afirmou como voz activa de indignação nessas alturas. Alguns parece terem sido juntos à pressa para compor o ramalhete. Resta uma pergunta: quem terá sido o "agregador"? O jornal, naturalmente não diz. Deve ter sido obra o acaso. É um documento que surge do nada e para o nada se destina.
Mas querem compromissos. Compromissos!
Nós não precisamos de compromissos, mas de rupturas com esta merda em estado comatoso que nos tem governado.
in portadaloja - post de José
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