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sábado, abril 09, 2011

Ruptura ou compromisso!?!

(imagem daqui)

Os comprometidos com o sistema


O Expresso, dirigido agora por um cretino do jornalismo nacional, publica hoje um texto subscrito por 47 personalidades nacionais, onde se apela a um "compromisso nacional".

São estes, os comprometidos:

Adriano Moreira
Alexandre Soares dos Santos
Álvaro Siza Vieira
António Barreto
António Gomes de Pinho
António Lobo Antunes
António Lobo Xavier
António Nóvoa
António Ramalho Eanes
António Rendas
António Vitorino
Artur Santos Silva
Belmiro de Azevedo
Boaventura Sousa Santos
Daniel Proença de Carvalho
Diogo Freitas do Amaral
Eduardo Lourenço
Eduardo Souto Moura
Emílio Rui Vilar
Fernando Seabra Santos
Francisco Pinto Balsemão
Isabel Rodrigues Lopes
João Gabriel Silva
João Lobo Antunes
Joaquim Gomes Canotilho
Jorge Sampaio
José Carlos Marques dos Santos
José Carlos Vasconcelos
José Pacheco Pereira
José Pena do Amaral
José Silva Lopes
Júlio Pomar
Júlio Resende
Leonor Beleza
Luís Portel
Manoel de Oliveira
Manuel Braga da Cruz
D. Manuel Clemente
Manuel Sobrinho Simões
Maria de Sousa
Maria Fernanda Mota Pinto
Maria João Rodrigues
Mário Soares
Miguel Veiga
Rui Alarcão
Teresa de Sousa


Entendem os comprometidos que um dos compromissos é o que deverá existir "entre o presidente da República, o Governo e os principais partidos, para garantir a capacidade de execução de um plano de acção imediato".

Está-se mesmo a ver esse compromisso com o discurso beligerante e eleiçoeiro do PS em congresso, a "malhar na direita" que vai "acabar com o Estado social". E com o PSD como alvo e porta-bandeira dessa terrível direita que surge sempre em épocas pré-eleitorais para que o PS ganhe.

Andamos nisto há décadas. Nestas palhaçadas que não passam disso porque é notoriamente impossível um entendimento entre um professor Boaventura e um Marques dos Santos, da Jerónimo Martins, por exemplo. Mesmo que este tenha dito no outro dia na TV que um bom primeiro-ministro poderia ser o Vitorininho do PS. É que disse mesmo.

E uma palhaçada ainda porque a "terrível direita" não existe a não ser na retórica eleiçoeira deste PS que sabe usar essa arma, eficaz desde sempre porque somos um país pobre e com muitos pobres de espírito. O PSD é um partido social-democrata em muitas áreas à esquerda do próprio PS. Mas isso não conta nada porque o importante é passar o discurso dominante. E quem domina o discurso é o PS, neste momento. O PSD não tem ninguém que rebata estas aldrabices eleiçoeiras e desfaça a farsa que se prepara mais uma vez.

Ainda pode ser palhaçada porque o presidente da República já disse que não se mete " na negociação com a oposição do pacote de ajuda financeira a Portugal". Portanto, para compromisso não está nada mal. Aliás, o presidente parece que não se mete em nada. Ouve mentir e cala-se. Contemporiza com desmandos orçamentais e faz uns avisos esfíngicos à espera que o tempo lhe dê razão para depois vir dizer que a teve. Enfim.

Depois, o que isto significa é apenas uma coisa: estas pessoas têm interesses diversos na política e sociedade portuguesas. Vivem ligados ao Estado, quase todos, directa ou indirectamente. Mesmo, lamentavelmente, os artistas. Precisam de compromissos de Estado.

Alguns dos comprometidos são fautores directos e imediatos desta tragédia que nos atinge. Nenhum deles foi capaz de travar o percurso descendente para o abismo económico em que nos meteram estes inenarráveis que nos governam há meia dúzia de anos. Nenhum deles se incomodou minimamente com os episódios indignos que atingiram o primeiro-ministro Inenarrável que ainda temos. Nenhum deles se afirmou como voz activa de indignação nessas alturas. Alguns parece terem sido juntos à pressa para compor o ramalhete. Resta uma pergunta: quem terá sido o "agregador"? O jornal, naturalmente não diz. Deve ter sido obra o acaso. É um documento que surge do nada e para o nada se destina.

Mas querem compromissos. Compromissos!

Nós não precisamos de compromissos, mas de rupturas com esta merda em estado comatoso que nos tem governado.

in portadaloja - post de José