Estudo sobre concentração de gás radão na Guarda entrou na segunda fase
Um estudo sobre a concentração de gás radão nas habitações da cidade da Guarda e aldeias periféricas entrou hoje na segunda fase com a recolha de 185 aparelhos de medição, disse fonte ligada ao projecto.
Segundo Alina Louro, responsável pelo estudo denominado “SOS Radão Guarda” foram hoje retirados 185 dosímetros (aparelhos de medição de radão) que permaneceram nas casas abrangidas pelo projecto desde o dia 14 de Novembro de 2009. “Em princípio, daqui a dez dias, estimamos ter os resultados do trabalho laboratorial que vai ser desenvolvido no Laboratório de Radioactividade Natural, em Coimbra”, adiantou.
Os dosímetros foram colocados em residências escolhidas de forma aleatória e em outras de doentes do foro respiratório que aceitaram colaborar, segundo a responsável. No momento da recolha, os aparelhos foram selados no interior de um saco “com uma fita adesiva anti-radiação” e colocados num recipiente metálico “para evitar as perdas de informação”.
Na segunda-feira serão transportados para Coimbra para serem “revelados”, indicou. “Todos os aparelhos têm um código de barras a que pertence um código de cada participante e a revelação é feita quase automaticamente”, disse. Após o apuramento, os resultados da leitura dos aparelhos serão entregues à equipa envolvida no projecto mas só serão tornados públicos “em data a anunciar oportunamente”.
A responsável adiantou que “só serão tornados públicos após uma publicação científica sobre o estudo”. E recordou que o projecto pretende “elaborar um mapa de risco com as concentrações de radão nas habitações da área urbana da Guarda e das Freguesias rurais à volta”.
Numa fase seguinte também serão analisados os efeitos que aquele gás poderá ter para a saúde humana, disse Alina Louro. “Agora, vai sair a concentração média nas habitações da Guarda e com base nesta concentração, prosseguiremos com estudos na área da física e da radiobiologia”, referiu. Alina Louro mostra-se satisfeita com o andamento do projecto e prevê que os valores de radão que irão ser apurados “poderão ser um bocadinho mais altos do que nos outros distritos, mas não acredito que sejam preocupantes”.
O radão é um gás radioactivo presente nos solos, no ar e na água e, quando em concentrações elevadas, pode constituir-se em factor de risco ambiental. Não tem cor, sabor nem cheiro, não reage quimicamente e por isso não é detectável pelos sentidos e após a libertação do solo vai alojar-se no interior das habitações, segundo a responsável. Está “associado aos granitos e à existência de rochas de origem graníticas, que são ricas em cristais de urânio”, concluiu Alina Louro. O projecto liderado pela docente da Escola Secundária Afonso de Albuquerque da Guarda, também envolve a Universidade da Beira Interior, o Hospital e a Câmara da Guarda.
NOTA: para saber mais sobre este interessantíssimo projecto, fazer download deste ficheiro.
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